Desabafo de um RPGista: Interpretando uma mulher

Quem nunca teve um amigo que resolveu criar uma personagem mulher num rpg ou já mestrou e percebeu que é difícil ser uma garota?

Desde os tempos mais remotos existe uma sina que domina as mesas de RPG, a falta de jogadoras mulheres do sexo feminino. Muitas mesas de RPG ao redor do Brasil e até do mundo não possuem nem uma garota jogando, talvez por isso o nosso hobby pareça algo feito parar nerds granudos...

Não!

Rpg pode ser jogado por qualquer um e por que há tão poucas mulheres jogando por ai? As únicas garotas q já jogaram comigo foram as minhas primas, mas a gente jogava desde os 7 anos de idade, elas devem ter parado de jogar antes dos 10, ou seja, não contam u.u

Mulheres que jogam RPG, eu sei que vocês estão por ai, eu sei também que existem muitas que tem curiosidade e tem vontade de conhecer o hábito então, por favor, mostrem-se. Vocês vão evitar isso:

Quando um homem joga com uma personagem mulher é assim que ele parece em mesa

O grande problema quando um homem joga como um mulher é que ele parece um estuprador que ele não consegue entrar no personagem direito. Ou o cara interpreta uma mulher ultra recatada, quase uma freira, só que hiper gostosa e que da fora em todo mundo, ou o cara interpreta uma mulher igualmente gostosa, só que muuuuuuito piriguete e quer dar pra todo mundo dos mundos fantasiosos, ou ainda há aqueles que querem ser lésbicas. Todos os meus amigos que já jogaram eram safados e bissexuais no RPG, exceto meu primo.

Outro cliché é que toda personagem feminina que aparece no jogo, seja ela NPC ou até jogadora/jogador (travesti) acaba virando alvo dos PJs. Mestres, vamos concordar, não é muito legal quando você está interpretando uma mulher e um amigo seu começa a dar em cima de você, é simplesmente BIZARRO. O pior é que você acaba se achando um fdp que colocou os seus jogadores num mundo onde nenhuma mulher vai quere-los, a não ser que eles paguem $$$.

Num RPG de 3D&T que eu mestrei (que durou apenas 2 ou 3 sessões, mas isso é outra história) o Assamita jogou como uma mulher pirata e foi um grande problema, ele até foi uma mulher normal, interagia com os outros, mas eu liberei ele de ter que falar com a vós fina, ver o Assamita com os seus 3 m de altura e 200 kg falando fino não é algo muito agradável.

Durante as 3 aventuras  o grupo estava num barco, então um dos jogadores que usava um elfo do céu deu em cima da pirata, adivinha o que aconteceu? Ele levou um fora e quis sair voando como se o mundo fosse cheio de fodas, mas acontece que sua desvantagem de depressivo aconteceu na hora, ele voou chorando muito achando que nenhuma mulher no mundo iria quere-lo nunca mais.... Conclusão: Escolha bem suas desvantagens no defensores de Tóquio.

Mas o jogador que fez uma personagem mulher que mais gostei até hoje foi o meu primo, ele jogou com algo beeem feminino (e otaku)

Sim... Meu primo jogou como uma garota mágica, ele pegou a classe desse netbook e criou uma garotinha japonesa treinada para usar magia por um membro da família Havaianas (sim, igual a que deve estar no seu pé). Ele foi ultra recatado, mas a galera evitou piadas sobre ele ser mulher, depois de um tempo todos riram com a sua interpretação e com a oração que a sua personagem fazia sempre que iria usar um ataque especial.

Olha, eu não tenho nada contra você que gosta de jogar com personagens de outro sexo ou até homo, bi ou até adepto a zoofilia (centauros?), o importante no RPG é se divertir com os amigos. Coloque o seu personagem como uma critica aos esteriótipos mesmo, mas sempre torne o personagem mais do que algo programado a certas situações. Crie uma garota fútil que da fora em todo mundo, mas sonha com um príncipe num cavalo branco. Crie um cara que não liga pra ninguém, mas porque ele sofreu com a perda da esposa.

Torne seus personagens mais profundos e livre-se do cliché em mesa, você vai se divertir. E continue zoando os seus amigos, porque RPG serve pra isso também.

Abraços ou beijos