segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Diário de Campanha TRPG: No Olho da Tempestade - Parte 1


Olá pessoas! Estamos iniciando mais uma sessão de Diários de Campanhas aqui no blog.

Em abril deste ano consegui reunir alguns amigos para iniciar uma campanha que estava na minha cabeça faz um tempo. Após ter mestrado dois anos uma mesa de Tormenta com dez jogadores, e lidar com a confusão que é gerenciar uma mesa desse tamanho, queria propor uma campanha melhor planejada, com uma trama estruturada em arcos e menos jogadores. A campanha ainda está em andamento, após uma longa pausa atualmente meu grupo se reúne toda semana para jogar, os resultados vocês podem conferir na série de postagens que estamos iniciando exatamente aqui.

Sem mais enrolação, vamos à aventura!

Apresentação
Em Arton o ano é 1410 do calendário élfico, e apesar de cada um destes heróis ter sua origem distinta, seja por vontade dos deuses, ou ao acaso de Nimb, eles se encontram reunidos na cidade de Mehnat, em Sambúrdia.

Glorfyndel [elfo, Cruzado de Glórienn 1, CB] tem sua origem no reino de Lenórienn, por volta de 1290. Estava por lá quando a Aliança Negra devastou seu reino e massacrou seu povo, era apenas um noviço na igreja de Glórienn na época. Fugiu para o Reinado e sobreviveu vendo seu povo ser escravizado pelos minotauros. Sentiu o chamado de Glórienn mais forte em seu peito e passou a empunhar armas e magia divina para restaurar a glória élfica. Se tornou procurado no Império de Tauron por atacar minotauros e libertar escravos, principalmente elfos. Em uma de suas missões, libertou uma minaura sem nome que passou a seguir o elfo usando sua grande força física para lutar pela liberdade de outros. Glorfyndel a batizou com um nome élfico. Agora ela era Nalaharianne [minaura, Guerreira 1, NB], nunca antes reconhecida como um ser livre, ela que foi feita escrava pela própria família por nascer diferente, encontrou um propósito na luta pela liberdade, assim o elfo e a minura tiveram que fugir do Império com um preço por suas cabeças. Por motivos desconhecidos, suas andanças os conduziram até Sambúrdia.

Nascida no remanescente seio da tradicional cultura tamuraniana, em Nitamu-ra, Okachi [lefou, Samurai 1, LN] vive um conflito desde sempre, de um lado as tradições rígidas de seus pais e cultura, de outro o encontro com o modo de vida liberal da capital do Reinado; em meio a isso tudo ela tem seus olhos vermelhos, marcada pela Tempestade Rubra que arrasou sua terra. Seu pai, um honrado samurai e clérigo de Lin-Wu, lhe proibiu de aprender a arte da espada, mas seu espírito impetuoso a fez estudar em segredo com Suzaki, sua amiga de infância, e sua família que costumava misturar o modo de vida tamuraniano e valkariano. Quando Suzaki caiu doente e foi definitivamente para Sora, Okachi herdou o daisho dela, pegou suas coisas e fugiu de casa para se juntando a aventureiros para melhorar seu iaijutsu e encontrar seu lugar no mundo. Sua fuga desonra sua família até hoje, mas não mais que seu nascimento.

O peculiar velho maluco que vaga por Sambúrdia com sua carroça entulhada de itens alquímicos tem origem desconhecida. Ninguém, ou quase ninguém, sabe que o Sr. Xablauquison [humano, Bruxo 1, CN], Xablau para os mais íntimos, é, na verdade, Andus Xablau, de Xablalia, Wynlla, ex aluno da Academia Arcana que futucou um artefato desconhecido e foi parar na Pondsmânia. Acolhido por uma ninfa, foi seduzido e enfeitiçado por ela e viveu sua paixão. Quando, em um raro momento de lucidez, consegui resistir aos encantos da fada, decidiu voltar a sua vida acadêmica, mas a dríade possessiva e ciumenta o amaldiçoou com a velhice e a loucura. Xablau consegui sair da Pondsmânia, mas continua perturbado e caduco, esperando (ou buscando?) o dia em que conseguirá quebrar sua maldição… se conseguir lembrar que está amaldiçoado.


Capítulo I: À Caçada!
Wynn 23 - Morag
Uma gangue de encapuzados, com sacos na cabeça promoveram uma onda de sequestros dentro dos muros de Mehnat. Uma mulher, um jovem clérigo de Tanna-Toh e duas crianças, menino e menina, foram levados após o pôr do sol nas proximidades da torre da prefeitura. 

Wynn 27 - Lanag
Tarvus, um tenente do prefeito, abordou cada um dos personagens separadamente e os convidou para a torre da prefeitura com promessas de trabalho. Os aventureiros foram recebidos pela elfa Hyridiana que em nome do prefeito Moll Rhad contratou os aventureiros para discretamente investigarem os raptos, resgatar as vítimas e levar justiça os culpados.

Todos os detalhes sobre os raptos foram repassados ao grupo pela própria Hyridiana. observadores locais tinham avistado quatro seres humanoides de altura mediana, vestindo armaduras de couro, portanto lâminas retas e com sacos de estopa na cabeça, feito espantalhos. Todas as vítimas haviam sido sequestradas nas proximidades da torre da prefeitura em ocasiões diferentes. Obviamente o trabalho não seria gratuito, o grupo seria muito bem recompensado com maravilhosos mil tibares de ouro! Uma proposta irrecusável.

De posse das informações Glorfyndel, Nalah, Okachi e Sr. Xablau passaram a investigar pela cidade. Ao contrário do que fora solicitado, os métodos do grupo não foram nada sutis e na primeira taverna onde entraram atraíram atenção indesejada. A falta de habilidade em manter uma investigação sutil fez com que o taverneiro do Olho Caolho desconfiasse deles, ameaçando chamar as autoridades! Evitando que seus companheiros quebrassem a taverna aos socos e golpes de katana, Sr. Xablau conjurou sono e pôs todos os clientes para dormir.

Wynn 28 - Jetag Madrugada adentro Glorfyndel conseguiu interrogar os guardas do portão sul e, após um pequeno agrado financeiro, descobriu que uma carroça acompanhada de um cavalo deixou a cidade na madrugada anterior. A carroça estava fechada com lona. O relato dos guardas foram acompanhados de muitas suspeitas, afinal deixaram a cidade no meio da noite; apesar do condutor da carroça e o cavaleiro ocultavam seus rostos com capas, foi possível ver que não eram humanos e, obviamente, tentavam esconder algo. “A carroça parecia pesada”, disse um dos guardas. Nada que um suborno não resolvesse, concluiu o elfo. A pequena comitiva havia seguido a sul, trilha que leva ao litoral do reino.
O grupo decidiu seguir a pista e sair da cidade para rastrear. Após uma breve discussão concluíram que nenhum deles sabia montar, ir a cavalo não seria viável, a pé lhes traria muita desvantagem. Sr. Xablau, o endinheirado, teve uma ideia! Foi até o primeiro estábulo, acordou os três irmãos que lá viviam e tratou de fazer suas barganhas. Recorreu a seu estoque alquímico, pegou um saquinho de sal e conjurou a ilusão aura mágica. A lábia do velho foi infalível, qualquer carroça com dois cavalos deveria valer bem menos que um pacote do maravilhoso sal do imalar. Pé na estrada, os aventureiros seguiram viagem rastreando a carroça suspeita. Um pequeno comboio, a carroça de quinquilharias e alquimia, puxada por um trobo gordo e guiada pelo velho Xablau, seguindo de perto uma carroça puxada por dois cavalos. Glorfyndel de olho na estrada, procurando por pistas, Nalah guiando a carroça e Okachi em silêncio, abraçada com suas katanas.


Wynn 29 - Tirag O segundo dia na estrada não fora tão generoso quanto o anterior. Após uma manhã de chuvas fortes, a breve parada para almoçar rendeu ao grupo uma emboscada. Três goblins fétidos chefiados por um hobgoblin, com a cara retorcida por queimadura, saltaram dentre as árvores, armados com espadas e arcos prontos para pilhar e matar!

O grupo foi pego de surpresa, não conseguiu reagir prontamente ao ataque surpresa. Foi um combate tenso, mais três goblins se juntaram à batalha vindo por trás e cercando o grupo com flechadas enquanto os salteadores avançaram com maças em punhos pronto para quebrar ossos.

A jovem Okachi investiu contra dois goblins, os interceptou sacando sua katana e mostrando o poder de seu iaijutsu (e dos pontos de ação). Dois goblins foram atacados, dois goblins caíram retalhados. Glorfyndel se moveu com agilidade, esquivou de flechas, se reposicionou no campo de batalha, empunhou seu arco e disparou contra o líder goblinoide. Sua flecha atingiu o ombro do hobgoblin em cheio, mas não foi o suficiente para tombar o inimigo. Enquanto Nalah descia a marretada e fazia pasta de goblin, Xablau lançava seus mísseis mágicos enquanto se escondia atrás de sua carroça em um "ato heróico" de pura preocupação com seu trobo.

O combate se prolongou por algumas rodadas enquanto goblins e aventureiros trocavam golpes letais numa escaramuça suja. Sangue e lama coloriam a cena. O cheiro do sangue podre dos goblinoides banhou os aventureiros vitoriosos após a primeira batalha como um grupo. A sujeira dos goblinoides foi limpa quando o elfo, possuído pelo ódio contra a raça que massacrou a sua, mutilou o corpo morto do hobgoblin. A orelha do saqueador, agora troféu para o elfo, pendia em seu colar, ao lado do sagrado símbolo de sua deusa amada. Uma pequena vitória em nome de Glórienn. Na mente do elfo um símbolo estava registrado, não o arco dourado da mãe élfica, mas o sol negro do eclipse de Ragnar, brasão da Aliança Negra marcado a ferro nos corpos dos goblinoides saqueadores.

O grupo seguiu viagem após a batalha, estômagos revirados pela imundice goblinoide fez com que não conseguissem terminar o almoço. Enquanto todos acreditavam ter sobrevivido a um assalto na beira da estrada, Glorfyndel sabia que se tratava de algo maior, a sombra do maldito Ragnar estava chegando sobre Sambúrdia.



Bom, por hoje vamos ficando por aqui. Não deixe de conferir as próximas postagens para acompanhar os rumos que esta trama irá conduzir nossos heróis, várias surpresas ainda os aguardam!



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3 comentários:

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