quarta-feira, 9 de junho de 2021

Campanha: Tormenta 20 - Episódio 8: Tamurania e a Fábrica de Monstros

 

Fala galera, beleza? Estamos aqui com mais um diário de campanha da mesa que eu apelidei de Remake. Para você que não sabe, essa campanha que já está completando dois anos (iniciamos no playtest com alguns amigos do interior e hoje tenho dois grupos de cidades diferentes que jogam misturados). Esse diário demora um pouco pra sair pois espero as aventuras serem concluídas em ambas as mesas para trazer os materiais aqui e os pareceres.

Desde a última aventura, dei um pequeno spoiler do que se tratariam as próximas aventuras e onde se passariam em Arton, os jogadores que antes eram divididos por cidades diferentes escolheram quais temas atraiam eles e acabaram misturando a antiga formação, além de entrar uma galera nova mas também tivemos alguns que deixaram a campanha. Dessa vez, uma das aventuras se passa em Sophand capital de Wynla, reino da magia  e trata sobre o mistério de uma fábrica de monstros que ameaça a cidade; a outra se passa em Ryuu'ken em Tamu-ra, envolvendo a busca por um tesouro ancestral para um Daymio. Vamos lá!

O Grupo de Aventureiros:

Pedro - Ethan, Kliren Pistoleiro Inventor 11: Quando criança, foi deixado por seu pai para viver com um tio na cidade fora-da-lei chamada smokestone. Lá aprendeu os caminhos da pólvora, mas não se limitou a eles, qualquer oficio que parava na sua mão dominava.

Filipão - Talyon, Humano Gladiador Guerreiro 10: Um grande campeão e herói da Arena Imperial de Valkaria, que resolve viajar para as uivantes em troca de inspiração para novas técnicas. Mas na sua primeira aventura é testado de tal forte que passa a questionar sua força.

Denoel - Lockheed, Suraggel (Aggelus) Refugiado Paladino de Thiatys 7: nativo de Pyra, mundo de Thiatys. Esse angelical guerreiro perdeu seu posto quando houve uma mudança política em sua cidade. Ele então foi mandado para o mundo material, despedido de suas asas e sonha com o dia que poderá voar novamente.  

Henrique - Luna, dama da noite, Dahllan Acólita Clériga de Alihanna 10: Com um sangue de fada e talento para surpresa, Luna tem voz doce e se dedica a proteger os outros (mesmo que eventualmente também mostre os poderes necróticos da natureza). É inovadora e nada cliché, criando soluções que outros como ela jamais pensariam.

Marcus - Mai, Medusa Dançarina das Sombras Bucaneira de Valkaria 10: criada e treinada pelas dançarinas das sombras, ordem de assassinos de grande estirpe, essa medusa nasceu para as aventuras, se virando e sobrevivendo as piores provações. Seu objetivo é lutar pela liberdade sempre, ainda mais agora que viveu a experiência de ser escrava após uma missão malsucedida.


Grupo Dois:

Diogo - Yohei Oni, Surragel (Sulfure) Criminoso Ladino de Sszzaas 9: esse jovem meio-oni sempre foi visto como um mau presságio. Com uma população reduzida, nascer um jovem amaldiçoado para os tamuranianos erra terrível! Por isso aprendeu a se virar e conhecer os truques do venefício e da mentira, se tornando um verdadeiro diabo.

Frico - Moyashi, Humano Forasteiro bardo 11: Artista andarilho de Tamu-ra e iniciado nos jutsus, esse espadachim aos poucos foi ganhando as malícias dos ocidentais, mas mantendo a tradição oriental de seu povo dentro de si. Não é o exemplo do que a honra quer dizer, mas é do que a honra poderia ser.

Tilipe - Ellie, Sílfide Charlatã Barda 12: Essa pequena bardinha voa por aí desafiando todos e tomando a primeira decisão que vem a sua cabeça sempre, talvez pela cabeça ser tão pequena as ideias não ficam no lugar tão pouco tempo.

Tiago - Zord, Golem Clérigo de Valkaria 11: esse homem artificial sonha em um dia realizar o seu desejo e se tornar um ser humano, para poder sentir como os outros sentem. Para isso foi criado e desejou se devotar a deusa da humanidade e das aventuras, das buscas impossíveis.

Nariz - Ghalva, Dahllan caçadora 8: uma caçadora estrangeira aproveitando a visita a Tamu-ra para conhecer os festivais do dia do recomeço, mas onde um destino terrível a aguarda.

Aoi Hono, Mashin Lutador 9: um mashin criado para servir um clã de Tamu-ra da época pré-tormenta, ao ser acordado descobriu que aqueles que serviu foram extintos e se uniu a um sentai, até ser derrotado e cair no mar. Foi reconstruído 10 anos depois e se uniu ao grupo de aventureiros formado por estrangeiros e tamuranianos.


Aliados

Moska - lefou bebê: Uma criança lefou adotada por Luna depois de uma missão em Rio de Prata.

Latifa - comerciante sha'ir: uma comerciante cujo pacto com um gênio enfraquecido a levou para Sophand em busca de poder e descobertas.

Abdul - Gen de Fogo: antes um Ifreeti, hoje um pequeno gênio do tamanho de uma sílfide com poderes de fogo e capacidade de canalizar a magia daqueles ao redor.

Kiryu - Ryuujin Shugenja e irmão de moyashi: nascido abençoado por Lin-wu, sempre foi um exemplo de honra e tradição, que pretende usar para levar Tamu-ra para frente sempre.

Josuke - Kensei tamuraniano: um santo de arma, dedica a sua vida ao ofício da katana e o domínio de sua arte.

Dragão Dourado - Monge Mashin: um monge com o espírito elétrico dentro de seu peito e aparência brilhante que vive recitando provérbios e frases de auto-ajuda.

Yoko e Vermelho - onimusha e seu perdigueiro ruivo: uma caçadora de monstros de Tamu-ra que usa o poder da tormenta para caçar as criaturas que andam e assombram a ilha.


Original:
Fábrica de Monstros
The End

Playtest:
Sobre a Campanha
Episódio 1 - Rio de Prata, Lugar de Gente Feliz 
Episódio 2 - Um Ensaio em Verde
Episódio 3 - O Covil do Terceiro
Episódio 4 - Labirinto Planar
Episódio 5 - Dia de Tormenta
Episódio 6 - O Crânio de Tauron
Episódio 7 - O Dragão Imortal

 


Vamos lá

Railroad

Sophand, uma cidade de trens, balões e magias
 

O grupo de aventureiros foi atraído até a cidade de Sophand, capital de Wynla por uma carta enviada pela amiga Hit. Ao chegar na cidade, acabam descobrindo o problema que assolava a cidade a dias, motivo da convocação. Ouviram uma exploração numa estação de trem, algo estranho que jamais tinham visto, o que parecia um armazém de onde saiam carroças de ferro que soltavam fumaça enquanto andavam sem cavalos. Mai, Luna e Talyon correram para ajudar as pessoas, no caminho se uniram a dois aventureiros de mundos estranhos, Ethan um pistoleiro e Lockheed um paladino do plano de Thyatis.

A cidade conhecida por empregar mortos e golens, deixando para os afortunados mais tempo para curtir e praticar magia, um dos únicos lugares capazes de fabricar e vender itens mágicos no mundo e cuja moda envolvia grandes chapéus pontudos e mantos estava em perigo. Monstros de todos os tipos inundam as ruas e boatos sobre uma fábrica de monstros começaram a surgir. Os aventureiros viram em primeira mão esse efeito, ao chegarem na estação e se depararem com pessoas em perigo, atacadas por kobolds explosivos, cabeças de oni, bruxas, cobras e basiliscos.

Enquanto lutavam, o trem partiu, uma aventureira puxada por um pequeno gênio embarcou para tentar salvar quem estava lá dentro, o trem estava lotado de monstros também, nem todos conseguiram fugir e agora a locomotiva andava espalhando destruição pela cidade.

Os inimigos misturados e hostis foram enfrentando os aventureiros enquanto atacavam todos a vista, eram perigosos e tinham táticas, como se não vissem uns aos outros como inimigos, mas como aliados, havia uma sombra estranha neles, como se fossem mais foscos ou etéreos. Unidos os aventureiros venceram, mas não sem gastar recursos, se apresentaram e pelo objetivo do dever se uniram, Ethan levou todos para uma invenção sua, uma carruagem sem cavalos de grande velocidade. Saíram guiando o possante pelas ruas, enquanto tentavam buscar pistas de onde estaria o trem, para estrangeiros como eles os trilhos eram verdadeiros labirintos. Ao encontrar, emparelharam o carro até todos saltarem para o vagão, deixando o invento perder velocidade para ser encontrado nas ruas depois.

O trem devia ser explorado, vagão a vagão para enfrentar seus monstros e evitar o risco daquela coisa cair na cidade. Logo no primeiro vagão salvaram algumas pessoas, enquanto Luna se embolava num jiu jitsu com um jacaré, Ethan explodia um Glop gigante fazendo gosma voar e um Yeti fugia de medo. Logo notaram que os monstros sumiam, não deixavam corpos e que seria cansativo sempre lutar, a questão ali não era provar superioridade em combate, era salvar as pessoas.

Mais um vagão, mais uma luta, dessa vez com um gorlogg besta de galrasia e um Troll. Mesmo que fossem inimigos que já enfrentaram antes na carreira ou equivalentes, estavam cansados demais, tiveram que armar um plano. Encontraram no vagão da frente uma comerciante do deserto chamada Latifa e Abdul, um pequeno gênio de fogo que a servia, eles estavam ajudando a proteger as pessoas no trem, pois sabiam que havia uma missão de resolver o problema na cidade e queriam mostrar serviço. Com os novos aliados, escalaram para o topo do transporte de metal e com cordas se amarraram uns aos outros, a coisa corria rápido e o vento castigava os rostos dos aventureiros, eles quase caíram nas curvas mais fechadas, porém conseguiram avançar, deixando para abdul averiguar os vagões e comandando os sobreviventes para fugirem para o fundo do trem, separando vagões, o que fazia o transporte ir mais rápido, mas mantinham as pessoas seguras.

No vagão principal, a máquina fervia pedra fumaça energizada de magia para poder mover pela cidade, haviam apenas corpos caídos ali, a criatura que tomou o lugar era um Reyshid da tormenta, criatura ágil e terrível que fez Talyon paralisar e forçou seus aliados que ajudavam as pessoas a puxarem ele. Era forte demais, então Etthan usou seu conhecimento de máquinas e granadas para explodir o vagão da frente, matando a criatura da tormenta e finalizando o trem, todos saíram vivos por um fio.

Comentários:

  • Eu comentei com os jogadores que cada combate é como um quebra-cabeças, você tem que descobrir a estratégia para ganhar. Como nessa aventura cada luta tem vários tipos de inimigos ao mesmo tempo, mesmo quando eles são de níveis bem mais baixo é difícil descobrir uma estratégia vitoriosa. O que funciona com um inimigo não vai funcionar com o outro.
  •  As duas primeiras sessões foram necessárias para fechar essa introdução da aventura, mas foi formada por cenas de ação bem legais. Ando tentando descrever mais no combate, demora mais, mas mantém um roleplay ainda em cenas de ação, mantém um ritmo legal.
  • Quando o Pedro quis trocar de personagem pra jogar com um inventor, eu disse que cobraria custo x3 das invenções pra ele não ter a grana muito acima da galera, até porque ele teria tempo infinito pra fazer as invenções. Aliás, na minha mesa, invenções tem PV igual a metade do inventor, acho muito injusto elas terem tão poucas fraquezas numa classe que já é tão forte.
  • Acho que a ideia da dungeon como um trem funcionou bem pra galera, mesm que fosse linear com uma sala depois da outra, ainda tinham liberdade de estratégia e podiam cortar caminho por cima (como fizeram). A Latifa é uma aliada que permite a pessoa não ficar desprevenida, enquanto Abdul é um aliado destruidor que também pode ser o ponto de partida de uma magia como uma criatura invocada. A Luna usou bastante o Abdul ao longo da aventura, mas a outra aliada ficou meio apagada, admito. 

A Cidade de Ryuu'ken

Chegando em Tamu-ra

Depois de alguns meses de viagem de navio, o grupo de aventureiros misto formado durante a luta contra Baltric se aproxima da costa da cidade de Ryuu'ken, uma cidade costeira de Tamu-ra conhecida por uma espada de 300 metros de altura que dizem ter sido cravada pelo próprio Lin-wu para guiar seu povo que retornava para a terra natal depois de tantos anos tomada pela Tormenta. Era emocionante a visão de algo assim para Yohei e Moyashi.

Na chegada, conhecem Kiryu, um Ryujiin - pessoas abençoadas por Lin-wu nascidas com características de dragão - e irmão de Moyashi. Ele olha estranho para Ellie, notando sua ferida na alma e a caracterizando como desonrada, olha do mesmo jeito para outros companheiros. De início Zord parece o mais bem visto. O grupo parte para as comemorações do dia do recomeço na cidade, alguns se perdem de tanto beber e curtir, é curioso ver o início do ano na perspectiva de um povo tão diferente que conta os anos de outra forma. Ali, estavam na era do recomeço, criada pelo Imperador para marcar a reconstrução e consolidação de Tamu-ra.
 
Durante a farra, conhecem alguns ministros locais, de roupas de qualidade com chapéus pretos mantidos na cabeça através de barbantes coloridos. Eles ouviram falar dos feitos dos aventureiros em Sambúrdia e propõem um desafio para o próximo dia, fazer a trilha até o mirante da cidade e lá conhecerem a Daimyo da cidade que deseja contrata-los. Kiryu fica para trás quando o grupo ainda um pouco de ressaca segue pela trilha, lidando no caminho com desafios a sua capacidade física e espiritual, envolvendo encontros com yokai da natureza local. Junto do grupo, uma outra estrangeira conhecida por Zord durante a festividade da noite anterior se aventurou, seu nome era Ghalva, uma dahllan.
 
Ao chegar no topo, tinham vista para toda a baía e o vale da cidade de Ryuu'ken, a espada de Lin-wu pontuava o horizonte. Os minitros e um homem chamado Takashi Kibutsuji aguardavam o grupo, o daymio era jovem e de pele pálida, um rosto emoldurado por um cabelo dividido de um tamuraniano belo. Naquela terra, os maiores tesouros eram históricos, ele queria recolher 5 partes de um mashin que estavam espalhados com bandidos e monstros da região e precisava da ajuda do grupo para isso, ofereceu um belo pagamento com tesouros, um navio, etc. E sugeriu que se unissem a tamuranianos na jornada. Depois de aceitar a missão, voltaram para a cidade.
 
Saíram procurando aliados locais, para formarem o seu sentai como falavam os locais. Além de Kiryu, conheceram um mashin filosofo chamado Dragão Dourado, um mestre de espada de nome Josuke, além de uma onimusha Yoko com o seu cão tocado pela tormenta chamado Vermelho. Antes de iniciar a missão, seguiram uma pista estranha encontrada por Ellie que havia se sentindo atraída para um templo na mata.
 
Viajaram até o local que deixava os tamuranianos desconfiados, onde estranhamente eram cercados de árvores primaveris apesar da época do ano. O pequeno templo abrigava uma estátua de Akuma e ruínas de pedra ao redor, Moyashi e Yohei reconheceram o lugar de uma missão que fizeram ainda quando estavam em Malpetrim (aventura 4). A estátua de Akuma possuía uma arma poderosa em mãos e através de telepatia ofereceu um item, em troca de realizarem sua próxima tarefa enfraquecidos, apesar de discutirem todos aceitaram. Durante os próximos dias, estariam muito doentes e debilitados, com a vida por um fio, o que tornava sua missão ainda mais difícil.

Os tamuranianos não ficaram muito felizes com o acordo, mas agora deviam concluir a tarefa para se livrar do problema, no futuro tentariam pagar pelos seus pecados.

Comentários:

  • Para criar uma situação diferente, as duas aventuras que narrei tinham alguma coisa para atrapalhar os jogadores e fazerem eles tentarem soluções mais criativas para os perigos. Na fábrica enfrentar monstros não dava XP, enquanto em Tamu-ra todos tinham 1/4 de vida.
  • O niisan do Moyashi foi uma das adições mais legais para a aventura, o Frico curtiu bastante interagir com ele, além de gerar umas cenas de roleplay legal com um NPC tão diferente auxiliando.
  • Usei um perigo complexo para a trilha, acho que é uma regra ótima para propor desafios que não sejam combates e basicamente pode resumir qualquer coisa hahah ótimo de usar mesmo. 
  • A aventura 4 que eu marquei está descrita pra galera de cambuci, quando comecei a jogar com o povo do Rio e antes de misturar as duas mesas, resolvi usar as mesmas aventuras para não ter tanto trabalho hahah mas isso vai fazer sentido com o tempo na história.

Explorando Tamu-ra


Amaldiçoados, o sentai atravessou o interior de Tamu-ra, possuíam um mapa da localização aproximada das partes do mashin que deviam coletar e escolheram seguir em direção a costa onde haviam acampamentos de wako - piratas de Tamu-ra. A preocupação com conflitos era grande, todos se sentiam fracos e a beira de um desmaio, não era o melhor estado para se lutar, então quando viram as torres de vigilia com bandidos mal-encarados resolveram usar de uma aproximação pacífica.
 
Toda a habilidade de negociação de Moyashi e Ellie foi necessária para conseguir trocar o que os piratas tinham por algo do grupo de aventureiros. Yohei chegou a cogitar rouba-los, mas a solução através do dinheiro e conversa foi a ideal, evitando um conflito potencialmente perigoso e em terreno desvantajoso, visto que os outros aventureiros estavam na costa enquanto os negociadores estavam cercados de piratas.
 
Durante a viagem para o próximo objetivo, Zord contou como seu objetivo era se tornar humano e ter alma para seguir Valkaria. O mashin aliado dragão dourado, disse que em Tamu-ra a crença é de que tudo tinha alma, seguindo os preceitos do bushintau. Então que não era para ele se medir pela régua do outro. Aquilo provocou uma mudança de ponto de vista no golem.
 
Estavam atravessando um desfiladeiro, centenas de metros acima do mar lá em baixo que se chocava contar a parede de pedra provocando vertigem. No caminho, foram emboscados por tengus, homens pássaro e espadachins habilidosos.  A maldição mostrou sua presença quando rapidamente o grupo de aventureiros foi subjugado, tiveram que usar de lábia e habilidade novamente para sair da situação. Moyashi venceu um dos tengus num desafio de iaijutsu - técnica de saque rápido e ataque - e conseguiram a informação que eles não tinham mais o pedaço de mashin. Os tengus trocaram ele com um Kirin para conseguirem liberdade e a permissão de circular pela área.
 
O sentai avançou para uma montanha próxima, escalando com dificuldade pelos ventos e chuva torrencial. Ao chegarem no topo encontraram um cavalo-dragão enorme cavalgando nas gotas de chuva com um único chifre que gerava relâmpagos. A criatura celestial exigiu um preço estranho para entregar o centro do mashin que guardava o seu espírito elemental, cada um ofereceu algo único e que faria falta: Kiryu entregou a cor de seus olhos, Yoko a memória do primeiro encontro com a tormenta, Ghalva cedeu parte de seu cabelo florido, Moyashi entregou uma de suas magias, Yohei a memória de um menage que fez alguns meses atrás, etc.
 
Depois de recolherem alguns pedaços, resolveram retornar para a cidade, onde iriam repor suprimentos importantes, porém foram atacados por um akumushi - como os daquele povo chamavam os demônios da tormenta. A batalha foi complicada, a criatura era imune a maioria dos ataques que usavam contra ela, também estava preocupados com seus recursos e isso fez com que fossem superador rapidamente, quando resolveram não se segurar e dar tudo que tinham conseguiram vencer a criatura, mas estavam mais cansados do que queriam.
 
Na cidade, resolveram buscar recursos que aumentavam suas habilidades de sobrevivência, focando em comidas que davam sustância e outros tipos de itens protetores. Moyashi treinou até dominar uma técnica que permitia criar uma camada protetora ao seu redor. Também conversaram com os nakama, os aliados tamuranianos compartilharam as experiências traumáticas com a tormenta. Josuke disse para todos como se sentia fraco por não ter conseguido lutar direito. 

A próxima parada era uma região que tinha relatos de avistamento de um yokai de chamas, pesquisaram e não tinham certeza de qual criatura se tratava. Enquanto usavam seus animais para atravessar a região, agora montados em trobos, cavalos metálicos, cães leão,etc. Foram atacados por uma carruagem em chamas que logo pegou fogo e revelou uma mulher yokai imensa deslizando em rodas de carroça, deixando rastros de fogo por onde passava e muralhas flamejantes que colocavam os perseguidores em posições desvantajosas.

A perseguição dividiu o sentai, nem todos conseguiam velocidade o suficiente para ir atrás da yokai de orelhas de gato de fogo. Kiryu, Moyashi e Ellie estavam na frente, feridos mas seguiam chamuscados. Zord era o mais lento, ficou para trás e tentou encontrar os nakama perdidos na floresta cinzenta. Encontrou Ghalva, Yoko e, infelizmente, o corpo de Josuke. Perderam o espadachim e teriam que honra-lo depois.

Mesmo encurralando a yokai de fogo, tiveram que optar por não lutar, ela era forte demais para eles naquela fase. Conseguiram arranjar um preço que ela aceitaria em troca do item que carregava. Precisavam de uma pedra preciosa grande, então sairiam da região rumo a uma mina abandonada. No caminho tiveram de segurar a raiva pela derrota e o luto do companheiro.

Enterraram Josuke antes de chegar na região da mina. O lugar estava cheio de corvos, um mau presságio. Ellie foi tentar conversar, ofereceu comida, mas os animais não queriam conversa e só receberam a oferenda e saíram. Imaginavam que se o lugar tivesse purificado poderia render dinheiro para Ryuu'ken no futuro, então entraram direto pela entrada principal ao invés de arriscar uma entrada secreta pelo rio que Ghalva encontrou.

Venceram a escuridão para continuar a missão.
 
Comentários:
  • Como todos os jogadores estavam com a vida travada em 1/4, considerei que os encontros tinham ND +1 ou +2 (não lembro exatamente agora), alguns ainda não davam XP, mas pelo menos eles tinham. Todos eram de ND bem baixo pra compensar, exceto a Kasha. 
  • A galera tava resolvendo as coisas muito mais no roleplay e tava funcionando, acho que até curtiram pelos comentários que recebi de alguns depois. Mas a luta contra o akumushi (lefeu) foi tenso, a galera já tava com pouca vida e quis não gastar muito PM, rapidinho estavam todos prestes a morrer, mas ai mudaram de estratégia e venceram. 
  • Foram várias sessões pra acontecer isso tudo acima, mas acho que a sensação de Perigo fez com que a campanha de Tamu-ra tivesse uma sensação bem diferente de outras que os jogadores tiveram.
  • A Kasha era o inimigo mais forte do desafio, por sorte só perderam um NPC, mas uma luta contra ela teria levado mais um pelo menos no estágio que estavam. 

Provação Mágica


Em Sophand, o grupo de aventureiros que enfrentou o trem monstruoso se uniu e negociou uma formação para tentar conseguir a missão do conselho da cidade. Apenas Lockheed não se uniu a eles, não queria recompensa e seguiria protegendo as pessoas da cidade.

Ao entrar na prefeitura, foram encaminhados para uma área onde o conselho da cidade aguardava o grupo. Ao entrar no salão amplo de belezas arcanas flutuantes e janelas que se moviam, se viram com o primeiro desafio: a fila! Eram centenas de pessoas, então logo sentaram numa cadeira e esperaram, muito! Demorou uma hora pra primeira pessoa da fila ser chamada, o que gerou revolta, foram falar com a atendente que parecia ignora-los,então perceberam que ocorria um truque. Ethan e Luna juntos desvendaram o local, uma ilusão poderosa, na verdade estava tudo vazio. Logo a atendente disse que passaram no primeiro teste e deviam entrar a porta à frente para realizarem os próximos.
 
A sala a seguir era um breu total, uma escuridão de esfriar a alma, ao olhar para o lado viam que todos pareciam não possuir cor, serem apenas representações pouco iluminadas de si. Estavam no plano das sombras, uma salva-guarda que protegia o conselho, se fossem invasores ou inimigos ficariam trancados ali para sempre. E nesse lugar terrível que tiveram que passar pelo próximo desafio.
 
Uma série de entrevistas, questionários e testes físicos iniciou, era estressante para todos pela quantidade de perguntas e a natureza do ambiente que estavam. Aventureiros menos resilientes e geniosos perderiam e sairiam de lá traumatizados, mas aquele grupo já tinha enfrentado outros perigos, aquilo era apenas mais um.
 
Quando concluíram os desafios, uma nova porta surgiu na escuridão, revelando um belo jardim primaveril com uma mesa e um mirante que tinha vista para toda a cidade, como se estivesse escondido nos céus. Lá um trio estranho conversava, havia um homem de membros longos e cicatriz no rosto, um Kliren; também um elfo que parecia ter vivido mil anos, talvez o mais velho em Arton que conversava com pássaros; sobre a mesa uma sapa falava enquanto comia insetos, era uma bruxa que foi amaldiçoada, mas estava ocupada demais com as festividades do dia do recomeço para ir atrás de uma cura.
 
A missão era encontrar o lugar chamado de fábrica de monstros na cidade, um lugar criado por algum arcanista da região e destruir. Caso concluíssem antes do dia do recomeço, que ocorreria em 5 dias, receberiam muitos itens mágicos como recompensa, mas se perdessem o prazo receberiam mil tibares de prata apenas, uma pequena fortuna, mas uma pequena fração da recompensa real.
 
Trocaram informações com o trio de conselheiros e partiram para começar imediatamente a se preparar para a busca do lugar.
 
Comentários:
  • O Denoel saiu do grupo, jogou pouco tempo, porque conseguiu um emprego e o horário não batia com as nossas sessões.
  •  A interpretação foi interessante entre os NPCs exóticos e o grupo, mas coloquei que era uma reunião de negócios, não ficaram de papo sobre futilidades, tinham o que resolver. O Pedro que curtiu que o cara parecia um Kliren e aparentemente um pistoleiro arcano.
  • Nessa aventura o tempo limite e a questão dos inimigos não darem XP fazia com que os jogadores jogassem de um jeito completamente diferente também, acho que cirou uma modificação de estratégia e forçou geral a se adaptar, o que fizeram bem.

Perdas e Reviravoltas

Ablon

A mina abandonada era uma relíquia de Tamu-ra pré oni'ame (Tormenta). Suas paredes ainda tinham veios de jade , escondidos atrás de equipamentos velhos e tomados por vegetação, um sinal de que ali dentro haviam forças sobrenaturais atuando. Lá dentro tiveram que lidar com perigos estranhos, como lobos e aranhas gigantes que pareciam assegurar uma área central, marcada por um portão de tori subterrâneo onde uma energia arcana horripilante emanava.
 
Numa pilha de escombros encontram a parte de mashin, além de uma caveira colorida cheia de jóias, o lugar parcialmente coberto d'água logo revela um inimigo poderoso, um Xiang Tian, guerreiro morto-vivo sem cabeça que domina as trevas. Seus feitiços silenciavam os aventureiros e os separaram, a luta difícil demandou muita energia e com um golpe giratório encantado deixou Moyashi a beira da morte e ceifou a vida de Ghalva. Com menos um, se esforçaram mais, não podiam morrer ali. Destruiram o crânio dos escombros e depois usaram poderes encantados para acabar com o yokai.
 
Saíram da mina com o Mashin quase completo, só faltava uma perna. Enterraram Ghalva, mais um companheiro perdido na missão. Resolveram usar o que podiam para magicamente ativar o construto, trazendo o terceiro para o sentai, seu nome era Aoi Hono, um aventureiro que já serviu o imperador em tempos passados. Ao descobrir o tempo que passou e que estavam numa missão, o mashin viu uma oportunidade de provar sua honra e se uniu ao grupo.

Retornaram para a região incendiada com uma pedra preciosa encontrada nas minas, assim pagaram a yokai Kasha, recebendo uma perna. Moyashi ainda tentava lutar sem uma das suas desde a batalha contra o dragão, ficou tentado a pegar para si.

Enquanto rumam para Ryuu'ken, percebem um Kyojin (titã) rumando em direção a cidade e decidem para-lo, mas ao mesmo tempo um grupo de ninja os ataca. O conflito junto a maldição deixou todos tensos, com a vida por um fio. Acabaram afastando os ninjas e guiando o kyojin até o mar, ao cair na costa o titã resolveu vagar em outra direção. Foi ideia de Zord e Ellie avaliarem os ninja derrotados, percebendo que se tratavam dos mesmos ministros que deram a missão para o Sentai previamente.

Em Ryuu'ken, pagam artesãos para reconstruir Aoi devidamente e também oferecem a mina como presente para a cidade, como Kiryu dizia ser o mais honrado a se fazer. Antes, no entanto, contratam mineiros para conseguir jade para eles, pagando bem conseguem material suficiente para produzir armas e armaduras distribuidas pelo grupo. Yohei foi um dos que concordaram que seria agraciado, já que seu corpo envelhecido era mais frágil, uma armadura de jade balancearia isso.
 
Antes de descobrir o que estava ocorrendo, rumaram para o tempo do akuma que encontraram destruído, haviam sinais de luta e alguém estava lá dentro. Ellie voou primeiro, furtiva, mas não o suficiente. Um homem de meia idade, olhos dourados e cujas veias lembravam constelações se apresentou, era alguém tocado pelos planos como Yohei, um aventureiro épico cantado em vários cantos do mundo, seu nome era Ablon.
 
Todos estavam desconfiados e com medo, se fossem inimigos talvez não aguentassem a luta. O homem a frente era um surragel, conhecido pelo título de teurgista místico, capaz de domar os poderes arcanos e divinos. Disse que o Akuma não pretendia devolver a vida que tirou dos aventureiros, ele mesmo o fez, inclusive retornando a perna do Moyashi.

Segundo Ablon, Takashi Kibutsuji era um inimigo que já derrotou no passado, antigamente chamado de Raziel. Ele tinha alvos como aventureiros, o estranho era como aquilo voltou depois de tanto tempo. Ele trocou informações com o sentai e deixou em suas mãos lidar com aquele perigo, antes de dizer que iria se teletransportar para investigar o que poderia ter trazido um monstro como aquele de volta.

O grupo pegou a arma deixada pelo akuma, chamada de ferramenta do monge dos três elementos, demoraram para decidir quem iria usar, mas sabiam que podia ser útil no futuro. Sabendo da verdade, despediram-se de Ablon e partiram para encontrar uma maneira de enfrentar Takashi.

Comentários:
  • Dessa vez não teve papo, um Yokai hostil poderoso foi um combate tenso pra galera. Nariz acabou perdendo o personagem, mas logo a gente arranjou um jeito dele criar um novo.
  • Aoi foi um personagem dele da mesa de IdJ que narrei, morreu no primeiro ano da campanha, agora está de volta em outra história.
  • A cabeça que destruíram na verdade era um NPC que podia ajudar, mas como acharam que fazia sentido ser o centro de poder do xiang tian destruíram. Erro meu em como constrúi a cena também. 
  • Para terem os tesouros da mina, considerei uma rolagem de d20+1 a cada 100 que investissem na mineiração, foi uma mecânica legal para aquele momento.
  • Tilipe se emocionou ao conversar com o Ablon, um personagem dele de uma campanha antiga, talvez o que chegou mais longe.
  • Como essa campanha tem o nome de Remake, tem todos um lance meio All-stars das minhas campanhas anteriores, a ideia é que tudo isso leve para um final bem complexo que vai deixar os jogadores em choque haha O Raziel já foi chefaão final de duas campanhas.

As incursões a Fábrica

 
A cidade de Sophand tinha um impasse. De um lado haviam preparações para o dia do recomeço, do outro monstros surgindo e causando caos. Era difícil andar pelas ruas sem encontrar grupos de guardas ou arcanistas lutando contra alguma criatura bizarra. O grupo de aventureiros ajudava como podia, mas tinha uma missão a vista. Foram seguindo o rastro de destruição pelos distritos da cidade, encontrando os lugares mais destruídos e com mais marcas, o que demandou resiliência do grupo, até que se viram de frente de uma pequena torre de três andares numa viela, cujas paredes estavam cheias de marcas de batalha e uma aranha gigante estava presa pela metade num muro desmoronado.

Dentro da torre, encontraram uma pequena habitação ainda povoada com alguns monstros, principalmente a aranha que deixava Talyon com calafrios, um pequeno glop e um cão do inferno que vomitou fogo naqueles presos nas teias lá em cima. Descobriram que havia um elevador no subsolo e tiveram que responder uma charada para ativa-lo, ouviram o som de máquinas funcionando enquanto desceram para o complexo da fábrica lá em baixo.
 
O cômodo que os recebeu era um salão que já foi bonito, cheio de papéis de parede e lustres onde o elevador descia bem ao centro. Porém sua parede norte acima de alguns degraus estava desmoronada, e toda a presença de criaturas sobrenaturais tornaram a decoração bizarra. Logo iniciaram uma batalha contra um grupo improvável na entrada, havia um sacerdote poderoso da tormenta que fazia surgir asas, lutava com uma corrente corrompida e soltava magias; acompanhava ele um oni, bruto infernal de tamu-ra; além de um urso de pelugem branca, típico das uivantes. O urso foi o mais perigoso para o grupo, embora não fosse o mais poderoso ali, ao se aproximar e usar suas garras e presas quase fez com que todos caíssem.
 
Como de costume, ao vencer os monstros desapareciam, não deixavam corpos ou posses. Tiveram que usar seus recursos como magias, poções e outros tônicos para se preparar para a exploração. Mai foi ser a batedora do grupo, avançou por um refeitório e cozinha, evitando um enxame de monstros que pareciam sacos de dinheiro, até se ver num museu de monstros, onde apenas um deles estava de pé, um emaranhado de tentáculos num corpo vegetal, cujo bafo tóxico fez com que Mai tivesse vários males ao mesmo tempo, por pouco não morreu quando foi resgatada por Abdul, o gênio que voou atrás e fez as magias de Luna fluírem por ele.

A exploração seguiu ao norte, encontrando uma série de armadilhas engatilhadas juntas, o que mais uma vez levou todos ao limite, porém revelou uma sala trancada onde puderam recolher tesouros. Encontraram uma escada para o andar inferior, onde foram parar numa espécie de necrotério, já estavam cansados e sem recursos e planejaram sair e retornar mais preparados, seu plano batizado da palavra élfica speedrun consistiria em avançar rapidamente invisíveis pelo local até encontrarem seu objetivo.

Voltarem para a cidade, descansando próximo o suficiente do lugar para não dar trabalho a volta, mas longe o suficiente para se manterem seguros. Discutiram planos, anotaram tudo e fizeram compras, deixando para a medusa do grupo a tarefa de conseguir belos descontos na cidade. Ao retornar , se entupiram de efeitos mágicos, o que conferia ao mundo um efeito alucinógeno, e avançaram. Ethan usava as poucas engenhocas metálicas que possuía para simular os mesmos efeitos, o que fez economizarem dinheiro.
 
Não demorou muito para o plano ir por água abaixo, quando perceberam que próximo ao necrotério havia uma sala com efeito anti-magia poderoso. Discutiram muito até decidir entrar e ver armários lotados de cadáveres de todas as raças possíveis, desmembrados e eviscerados sem nenhum pudor. O lugar possuía uma armadilha com um canhão que estourou uma parede próxima, além de um banheiro. Acabaram avançando e dando de cara com monstros que atraíram para a sala deixando o efeito anti-magia destruí-los, visto que eram invocações. Ainda assim, monstros muito poderosos viviam no subterrâneo, então tiveram trabalho e deviam lutar até que o lugar fizesse o trabalho. Numa dessas Ethan e Mai se esconderam no banheiro por medo, acabaram encontrando uma arma mágica jogada na latrina. Depois de devidamente limpa, Mai tomou o florete para si.
 
Antes de avançarem pelo segundo andar, resolveram subir e averiguar mais salas acima. Não durou muito, pois notaram monstros variados, dentre um deles um ganchador que destruiu uma das pistolas de Ethan, além de uma Hidra presa numa sala de reunião, também foram atacados por um poderoso fantasma sem cabeça e encontraram uma biblioteca, onde uma espadachim que não havia sido invocada estava. Seu ataque repentino deixou Mai desacordada, depois fugiu, havia uma sensação de que conheciam aquela pessoa, mas não viram seu rosto. Na biblioteca encontraram alguns livros úteis de carregar, assim como pergaminhos, mas preferiram descer.
 
No andar de baixo, trancaram uma sala com um armário para impedir que os monstros de lá saíssem, também avançaram enfrentando criaturas da tormenta até um lugar importante. Uma sala cheia de essências elementais, concentração de energia primordial mágica. Latifa e Abdul falaram como aquilo poderia transformar o gen num verdadeiro Ifriit, ou até fortalecer a espada falante Slash Calliber que estava na cintura do Talyon. Porém, Ethan estava desconfiado, não entregou a Abull ou a espada, mas sim fez uma pequena cirurgia para implantar tal efeito em Luna, tornando-a mais próxima de alihanna, recebendo chifres e ganhando a capacidade de se transformar em animais. O gênio revoltado deixou o grupo, a espada só ficou de picuinha.
 
Estavam próximos do objetivo, encontraram uma sala com um elevador maior, cheia de círculos mágicos escritos em sangue com uma criatura de gosma imensa ocupando quase todo o espaço, dentro do seu corpo estavam os ossos limpos de um dragão que devorou. Luna fez uma aposta, abriu a porta e pediu para sua deusa manda-la para longe, a chance era ínfima, mas funcionou. Estavam diante do elevador para a fábrica de verdade.

Comentários:
  •  Para misturar tantos monstros diferentes num desafio eu achei que o ideal era construir uma dungeon, o ambiente favoreceu os encontros, embora alguns eu tenha planejado de acordo com o ambiente, no geral eu rolava um dado para definir o ND do desafio próximo e a cada dia que passava adicionada um monstro de ND maior no lugar. Além disso, no final de cada sessão pedi pra um jogador rolar um dado pra eu adicionar algum monstro lá dentro, que eu tirava tanto das minhas criações, quanto do livro do T20 ou outros manuais.
  • A ideia dos monstros serem invocações e não renderem XP fez com que o grupo evoluisse devagar, mas era intencional. Não queria que luta fosse sempre a primeira opção, isso rendeu soluções bem criativas, principalmente para os monstros mais poderosos. Na sala anti-magia eu dava 100 de dano de essência por turno nos inimigos mágicos, ainda assim os PJs tinham que lutar junto se não só iam apanhar de graça.
  • A solução speedrun foi uma ótima ideia, juntou a criatividade do Henrique com a visão de combo do Pedro, pena que eles foram seguir justamente pela região que tinha tal efeito. Se tivessem andando um pouco mais na exploração anterior o plano teria dado certo.
  • Eu gostei bastante da ideia do Pedro de deixar a Luna mais forte, até foi uma coisa legal porque já rolou uma cirurgia na mesa da galera do Rio bem no início da campanha, que tiraram um simbionte do ladino para trocar por itens mágicos. Basicamente a personagem agora tem uma distinção, perdeu 2 de int porque está mais selvagem, mas pode pegar forma selvagem e também o poder de soltar magia transformada quando passar de nível.
  • Porém, o Abdull não receber os poderes cobrou seu preço, isso vocês vão ver um pouco mais na frente.

O Castelo da Meia Noite


O sentai estava em Ryuu'ken, descobriram que foram enganados, perceberam o quanto foram inocentes ao não questionar se Takashi era mesmo o damiyo daquele local.  Tinham que se preparar, afiar armas, fortificar armaduras. Enquanto faziam isso, pediram para dragão dourado e yoko usarem o cão vermelho para investigar os arredores da cidade em busca de pistas. A dupla encontrou dezenas de gakis, zumbis barrigudos, cercando ruínas de um castelo do tempo antes da tormenta e reconstrução. Era uma pista.
 
Munidos das informações e com o local devidamente limpo pelos nakama, rumaram para o lugar e investigaram as ruinas num misto de sagacidade e capacidade mágica. As plantas do lugar apresentavam uma aparência estranha, com flores noturnas desabrochadas o dia todo e uma vegetação clara de um lugar com pouca luz, mesmo que não fosse assim. Resolveram aguardar, descobriram então que uma visão fantasmagórica do castelo se revelava a meia noite e isso os levaria para um lugar muito distante. Mesmo sem estar exatamente no ápice de suas forças, iriam atrás de seu inimigo.
 
O Castelo da Meia Noite ficava num plano distante, Sombria, o mundo de Tenebra. O Céu era enevoado com uma lua vermelha, vegetação rasteira que picotava pés como navalhas, como se toda criatura viva lá fosse um pouco vampira. Emoldurando a visão do castelo de quinas mais afiadas, como presas, havia um céu estrelado sobre as nuvens, mas era falso. Andando pela trilha perceberam que as estrelas eram na verdade o brilho de um longo cabelo preso a um corpo morto-vivo de centenas de metros, resquícios da antiga deusa-menor Izanami.

Andaram pelas trilhas até o castelo, resolvendo entrar pelo portão central que os recebia com diversos corpos empalados, alguns eram de fintrolls, criaturas que se regeneram, o que mostrava uma estranha dedicação para montar aquela cena...

Grandes pipas voavam acima das muralhas, não entendiam o que queria dizer, mas logo descobriram. Ouviram assobios quando shinobi desceram planando das pipas e atacaram o sentai. O grupo de aventureiros foi surpreendido pelas técnicas variadas dos inimigos, misturando magia e combate. No final foram vitoriosos, mas não sem usarem seus maiores poderes para vencer. Uma recepção terrível para qualquer invasor menos poderoso que aquele grupo.

Seguiram explorando, entrando no prédio principal depois de averiguar salas de guardas no portão, estavam vazias. No salão principal haviam papiros com nomes, datas e endereços. Investigaram e perceberam que eram grupos de aventureiros, todos mortos por Takashi. Uma espécie de assassino em série. Surpresos com a descoberta, acabaram caindo numa emboscada iniciada após uma armadilha, rendendo uma batalha com cabeças espirituais de onis com aura elemental. 

A exploração ainda levou o grupo pelo pátio, até um desafio de Nozomi, a criadora da humanidade para os tamuranianos. Enfrentaram corpos encantados de guerreiros do passado, além de espíritos. Pararam para se alimentar na cozinha do castelo, usando seus próprios ingredientes e enfrentaram outro espírito sem cabeça, dessa vez foi mais fácil porque não estavam todos amaldiçoados. Apesar do risco, resolveram dormir num quarto que encontraram, já haviam notado que foram observados antes, não foi uma decisão muito sábia.

Despertaram com gritos de fada, Ellie foi capturada durante a noite. Subiram as escadas atrás da companheira e se viram de frente com um outro sentai tamuraniano controlado por Takashi. Eles cercavam a sílfide que estava dentro de uma gaiola. Uma luta se iniciou, era complicado enfrentar um grupo com poderes variados e cura, mas deram sorte. Conseguiram negar a efetividade da ninja inimiga, focaram na yakuza cujas armas de fogo faziam mais estrago e no shinkan que usava suas magias para enfraquecer os aventureiros. O samurai kaijin foi o último a resistir. Sabiam que Takashi estava nos telhados aguardando.

Não tinham muitos recursos, mas estavam libertos e devidamente curados. Acabaram pegando um único tesouro num cofre antes de ser destruído, uma estrela elemental que não conseguiram descobrir o que fazia, tiveram que apostar nela no futuro.

No telhado, encontraram Takashi com duas katanas em mãos, emoldurado pela lua de sangue pairando as suas costas. O Vampiro poderoso iniciou tentando controlar a mente de todos, eles resistiram mas ficaram alguns segundos desnorteados o suficiente para Takashi se fortalecer e conjurar uma revoada de morcegos feitos de fogo para atacar o grupo.

Moyashi e Aoi correram para frente, apoiados por dragão dourado, Yoko e Kiryu. Ellie lutava contra os morcegos de início, ficando fragilizada rapidamente, enquanto Zord usava de seus milagres para proteger os amigos. Aoi não conseguia tocar o vilão, então assumiu uma postura defensiva, levando a maioria dos golpes que se destinavam aos aliados. Moyashi usava a arma mágica tripla que empunhava para fazer chover raios sobre Takashi, cada golpe gerando um efeito secundário que finalizava um morcego por vez. Zord teve um momento que quase caiu diante de uma espadada empoderada com trevas, mas se manteve de pé, não falharia ali.

Ellie se dividia em duas para fazer chover energia arcana no vampiro, foi ela quem deu o golpe que deixaria seu corpo enfim destruído. Com seu último suspiro, Takashi ajoelhou-se no chão e largou as armas, inclinou o pescoço e reconheceu a vitória. Kiryu e Moyashi juntos ceifaram sua cabeça com a espada de família.

Voltaram para Tamu-ra algumas horas depois, quando o portal se reabriu pela última vez. Lá entregariam alguns dos tesouros que conseguiram para a cidade, seguiriam viagem até a capital Shinkyo onde Kiryu, Yoko e Dragão dourado formariam um sentai oficial. Passariam os próximos meses treinando para aprender jutsus antes de retornar para Arton. A jornada no oriente mudaria aqueles aventureiros para sempre.

Comentários:
  • Acho que fiz bem em deixar os aliados resolverem os Gakis e adiantarem a exploração. Faz sentido em história isso e cortou cenas filler, desnecessário gastar tempo com inimigos de ND 1 sendo que o grupo estava no nível 10 na média.
  • Mais uma referência a uma campanha antiga, a galera de cambuci ficou comentando dos feitos daquela época, foi divertido. O Nariz sacaneou falando que a gente tava jogando no Pedroverso. Acho importante mostrar pra galera que tudo que já jogaram e fizeram realmente ocorreu e é reconhecido no mundo.
  • A dungeon dessa vez era menos autoral, usei um mapa de castelo que achei na internet e adaptei aos encontros que queria. Além disso, ela tinha menos encontros fixos e mais aleatórios, dando uma sensação que estava em movimento e era mais imprevisível, a galera explorou bem aqui, mas foi mais filler mesmo.
  • Geral ficou assustado quando notou que o grupo de aventureiros de Tamu-ra que usei tinha a ficha do outro grupo que estava em Wynla de base, eles não tinham poções e equipamentos desnecessários, mas tinham poderes variados, foi um encontro legal que não rendeu muito XP pelo nível da galera, o nariz que tinha nível mais baixo que se deu bem aqui.
  • A luta contra o Takashi foi até fácil, talvez a versão mais fraca do Raziel que eu fiz, mas foi bom ver a galera saindo vitoriosa ao invés de perder metade ou todos os membros pra variar hahaha 
  • Um detalhe é que o Frico tem agora um personagem super forte com a arma que pegou e olha que ele chegou a recusar a arma mágica de início.
  • Todos os detalhes dessa e outra aventura vão estar numa pasta do google drive para quem quiser usar na própria mesa. Se fizer manda uma mensagem ou comentário!
  • Todo mundo falhou na regra de treino pros Jutsus, achei muito anticlimático então fiz um acordo deles não receberem o tesouro da luta contra o Raziel em troca disso. Concordaram todos.

No inferno


 
A sala macabra revelava o elevador cheio de inscrições arcanas. Aquilo não era um elevador como os outros, era um portal. Ao descerem pelo disco apoiado em duas hastes de metal foram sentindo cada vez mais calor, aos poucos as rochas ao redor se iluminaram, estavam em meio a nuvens podres que irritavam o corpo, vento veio. O elevador desceu por centenas de metros, saíram das nuvens até verem uma imensidão árida de rios de lava e podridão, cujo céu possuía uma bola negra sugando as nuvens ao redor lentamente. Estavam no inferno.
 
Luna foi quem percebeu onde haviam se metido. A construção da fábrica era ainda mais complexa e bizarra, sugando energias ao redor e enviando para o elevador até o estranho portal para Sophand posicionado nas nuvens. Chegando no lugar tiveram que avançar seguindo rastros até onde ficaria a máquina centro de tudo. Vencem o terreno vulcânico com medo, qualquer pisão poderia ser o fim. Aqui as novas habilidades de mudar de forma foram úteis, enquanto outros tiverem que recorrer a equilíbrio ou engenhocas.

De longe viram um vale com um corrego de lava e um maquinário pesado, resolveram retroceder e montar acampamento no terreno ao redor para repor energias e armar um plano. Durante o descanso, sofreram com pesadelos terríveis, distorções poderosas de realidades sobre si mesmos que negavam. Nem todos puderam descansar em condições tão terríveis.

Era hora do desafio. Avançaram para o vale, o maquinário bizarro que cospia fumaça era cheio de símbolos arcanos e peças sobressalentes, redundâncias para mante-la funcionando. Uma matilha de cães do inferno além de um pelotão de diabos vigiava a coisa. Da máquina surgiram tentáculos de metal que a protegiam, prontos para atacar quem aproximava. Logo que o grupo de aventureiros se aproximou as peças começaram a ranger, logo logo um monstro sairia dali.

Ethan usou uma de suas engenhocas para poder atirar mais rápido, também recebendo beneficios de poções para ir além do limite. Era o mais perigosos do grupo assim, atirando contra as hordas infernais. Mas todos tiveram a sensação de serem cercados por bestas e ver a vida por um fio. Um dos monstros que surgiu da fábrica foi uma finntroll domadora, que usava magias para frear o grupo e deixar Mai paralisada por um período curto, enquanto atacava com chicote. As hordas já tinham sido derrotada, mas mesmo as poderosas bençãos de alihanna ecoando de Luna não eram suficientes.

Mai era a da frente, começou a lutar e cedeu uma das armas para Ethan que estava com apenas uma pistola - a outra quebrou ainda no primeiro andar - foram se aproximando e lutando como podiam, mas assim que o primeiro se aproximou da fábrica depois de tanto a atacarem com granadas e magias, os tentáculos se revelaram. Capturando o atirador. Um poderoso monstro quimérico, misto de tigre branco com asas de corvo saltou de dentro do maquinário, como um anjo da deusa da natureza atacando ferozmente com rugidos mágicos. Foi banido rapidamente.

Todos estavam exaustos, a vida por um fio, era quase certo que morreriam, aquela era a batalha mais terrível que já lutaram. Juntos colocaram a máquina em pedaços, mas faltava pouco, coube a Luna a decisão que salvou todos, resolvendo cuidar dos ferimentos de Ethan ainda nos braços da máquina, se tivesse usado sua última magia para outra coisa todos teriam caído e mais monstros surgiriam. Com uma série de explosões em cadeia, os heróis foram arremessados para longe, o chão cedeu enquanto a máquina afundava na lava. A reação foi explodindo até alcançar o elevador, prendendo os aventureiros no inferno e destruindo o complexo em Wynla.

Num misto de alivio pela vitória e apreensão pelo estado de todos, foram surpreendidos por dois diabos imensos, pareciam guerreiros gigantes, um com cabeça de cavalo e outro com uma de touro. Eram liderados por um terceiro de aparência humana de aristocrata, que usava correntes com espinhos como joias.

Seu nome era Diavolo. O diabo reconheceu a situação do grupo e segurou os outros diabos para não devorarem os aventureiros em frangalhos. Propôs um contrato , uma troca, deixariam o inferno para recolher as recompensas. Até contou sobre o criador da fábrica Rick Kehl que foi devorado por uma de suas criaturas. Em troca exigiu algo simples: controlaria o corpo de todos aqueles que assinassem o contrato durante 1 único dia.

Talyon era o menos disposto a aceitar, até tentaram negociar um deles ser controlado por mais dias deixando outro livre, mas estavam em posição desvantajosa. Se recusassem seriam devorados, ou torturados, ou pior. O pacto foi selado e uma assinatura coberta por uma digital marcada em sangue foi o necessário para que surgissem em Wynla ainda feridos e sofrendo do flagelo de pisar no inferno. 

Seguiram para o conselho, onde contaram o que ocorreu no lugar, falaram sobre o dono da fábrica e receberam suas recompensas. Foram convidados a ficar para o Dia do Recomeço na cidade, temeram que seria o dia escolhido por Diavolo e resolveram se afastar, mas não se engana o enganador. No início do ano de Arton, todos acordaram com ferimentos e exauridos, como com ressaca e uma sensação de doença. Estavam todos em lugares diferentes, reinos diferentes. Não sabiam o que haviam feito.

A única coisa que encontraram que podia servir de pista eram anotações e mapas, marcando um pequeno vilarejo quase invisível no interior de Petrynia, chamado Rio de Prata.

 
Comentários:
  •  Como já narrei uma campanha no inferno de Tamu-ra, quis aproveitar a ideia aqui para esse capítulo da aventura da galera. Diavolo ainda existe então é um vilão interessante pra se adicionar a trama.
  • Como conseguiram concluir a aventura a tempo, receberam armas e armaduras mágicas além de acessórios, mas todos prontos. Pedro queria fazer o dele, mas não deixei porque já estão recebendo uma recompensa muito boa pra não achar suficiente.
  • A luta contra a fábrica foi tensa e por causa de algumas questões tipo queda de luz e uns jogadores meio ocupados acabou ocorrendo em duas sessões diferentes. Foi um final de aventura difícil demais pros PJs, geral terminou sem PM e com a vida muito baixa, realmente só haviam duas soluções nessa aventura: vitória ou tpk.
  • Um detalhe é que se tivessem com Abdul com poder de gênio o pacto com Diavolo não precisaria ser feito, a galera notou isso e conversamos sobre, acho que é um detalhe que mostra as consequências do jogo e deixa ele mais divertido.

Fotos

Primeira luta da aventura do Trem
 
Mapa do Sul de Tamu-ra, mesmo que usei na antiga campanha
Encontro com o Ki-rin

Emboscada Tengu

Dungeon Trem

Encontro da Bandidagem


Luta contra Takashi no topo do castelo
Cabeças de Oni e armadilhas no interior do castelo


Primeiro andar da fábrica


Segundo andar da fábrica

É isso, galera. Espero que tenham gostado do diário. Eu ainda mantenho um arquivo no drive com todos os monstros que crio pras minhas campanhas aqui. Além disso, vou disponibilizar as anotações das duas aventuras nessa pasta abaixo. Usem como quiserem!

Tamurania e Fábrica de Monstros

Abraços ou beijos

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