quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Campanha: Tormenta 20 - Episódio 6: O Crânio de Tauron

 

Olá, como vão? A minha mini-campanha remake acabou durante o playtest, mas resolvemos continuar jogando agora no momento presente do cenário. Ainda continuo seguindo o padrão de reescrever aventuras antigas que narrei colocando novos contextos e regras, mas atualizando elas em mitologia. Nos últimos meses tenho narrado para o grupo que vou contar aqui e para outro que estão jogando praticamente as mesas aventuras, mas já já devo fazer uma mesa especial juntando todos.

Nessa postagem, vamos acompanhar a jornada das aventuras pelas Uivantes e no final da postagem você vai ter acesso a uma pasta do drive com o material da aventura. Espero que gostem!

Download da aventura no final da postagem

O Grupo de Aventureiros:


Denoel -Sigyn, Medusa Aristocrata Nobre 6: Neta de Magrathea, tenta se espelhar em sua vó para seus feitos, já que a mesma se tornou o que é através de anos de aventuras, batalhas e diplomacia, ascendendo a nobreza como poucos, apesar de já nascer nobre a nossa heroína quer conquistar seu próprio nome e decide se aventura de maneira menos cautelosa do que a de costume.

Mateus - Caranthir, Elfa Selvagem Ladina 6: Elfa andarilha e sobrevivente de Lamnor que luta para defender outras pessoas que sofrem como ela sofreu.

Pedro - Sieghardt, Lefou Soldado Guerreiro 8: Herói que conseguiu uma nova chance, resolveu aproveitar sua marca da tormenta para se arriscar e lutar pelo exército do reinado nas fronteiras de áreas de Tormenta. Isso o mudou para sempre.

Tilipe - Ellie, Sílfide Charlatã Barda 8: Essa pequena bardinha voa por aí desafiando todos e tomando a primeira decisão que vem a sua cabeça sempre, talvez pela cabeça ser tão pequena as ideias não ficam no lugar tão pouco tempo.

Tiago - Zord, Golem Clérigo de Valkaria 7: esse homem artificial sonha em um dia realizar o seu desejo e se tornar um ser humano, para poder sentir como os outros sentem. Para isso foi criado e desejou se devotar a deusa da humanidade e das aventuras, das buscas impossíveis.

Filipão - Talyon, Humano Gladiador Guerreiro 6: Um grande campeão e herói da Arena Imperial de Valkaria, que resolve viajar para as uivantes em troca de inspiração para novas técnicas. Mas na sua primeira aventura é testado de tal forte que passa a questionar sua força.


Aliados
 

Quna - Minotauro devoto: um belo e robusto minotauro, um dos discípulos de Silvanus que luta pelo seu povo, agora que seu deus morreu, sonha em ganhar poderes suficientes para proteger os minotauros.

Giag - Giganta de Pedra arruaceira: Giganta que tentou deixar a cidade de Beluhgatar sem permissão para conhecer o mundo, foi tomada como criminosa. Talvez se não tivesse uma personalidade tão debochada não estaria nessa posição.

Versão Original:
Parte 1
Parte 2

Playtest:
Sobre a Campanha
Episódio 1 - Rio de Prata, Lugar de Gente Feliz 
Episódio 2 - Um Ensaio em Verde
Episódio 3 - O Covil do Terceiro
Episódio 4 - Labirinto Planar
Episódio 5 - Dia de Tormenta


Vamos lá!


A Chegada nada Fácil as Uivantes


Emissários encontraram cada um dos aventureiros, estavam sendo convocados por Silvanus, o minotauro antigo paladino de tauron, hoje guardião da realidade em Tiberus. A reunião em que todos se encontraram ocorreu no Império de Tauron, agora em frangalhos, uma sombra do que fora um dia. O paladino estava com outros minotauros, um deles era um burocrata, o outro um mercenário. Foi prometido para cada um dinheiro e itens de preferência pessoal.

A missão, era ir até as Uivantes, buscar o Crânio de Tauron, um artefato ancião, da era que minotauros foram escravos de gigantes, para usa-lo num ritual capaz de fortalecer as defesas em Tiberus contra a tormenta. Foram liberados grifos para levar os aventureiros, eles iriam voar facilmente pela região e seguir viagem, mas o plano não funcionou.

De acordo com o tipo de terreno, viagem por grifo chegava a três ou quatro vezes mais rápido que uma viagem a pé. Quando as regiões verdejantes foram perdendo a cor, o frio parecia vir sem sentido, sabiam que estavam nas uivantes. Logo que entrarem no espaço aéreo da região, uma criatura bem territorialista atacou todos. Um dragão de duas cabeças, branco e vermelho, atacou rápido, devorou grifos e cavaleiros alados, os aventureiros sobreviveram caindo na neve, sem roupas preparadas o suficiente.

Caranthir, Ellie, Sieghardt, Sigyn e Zord olharam para o horizonte, tentando usar magia e fogo para se sustentar. Puderam ver as luzes de uma cidade a alguns dias de viagem  - a neve deixava tudo mais lento - tudo indicava que era Giluk, cidade dos esquimós das uivantes. A viagem demandou uma série de preparações e encantos de todos, descansar era difícil e cada dia pareciam mais exaustos.

Mais de uma vez viram o dragão voando próximo, lideram com nevascas e outros perigos. O maior combate foi contra dois Yetis, os hominídeos podiam se regenerar enquanto estivessem no frio, dois deles já tornavam o combate terrível para o grupo, mesmo que Ellie se mostrasse uma fadinha capaz de controlar os elementos com facilidade. Apenas um foi derrotado, preferiram recuar e seguir.

Quando se aproximaram da cidade, foram resgatados por um comerciante com um trenó puxado por huskys, a cultura local já surpreendia. Criações de mamutes e rinocerontes lanudos domados, uma cidade rica e grande, mas sem muralhas. Logo estariam aquecidos e descansados e poderiam continuar, depois de sobreviver ao pior da região, ou era o que achavam.

 Comentários:

  • Uma das coisas que tenho planejado nesta campanha, é que cada aventura seja mecanicamente diferente das outras. Para marcar bastante cada capítulo. Nessa aventura, eu usei a imagem acima e coloquei hexagonos nele, a sobrevivência contra os elementos extremos e a exploração do mundo ao redor foi completamente diferente do que haviam feito anteriormente. 
  • Fiz uns tokens pro grupo andando junto a pé, também fiz um com um trenó que eles logo compraram, além de um com grifos que eles acabaram não conseguindo. O povo nem explorou tanto, mas foi massa dar essa opção, outro grupo poderia fazer diferente.
  • Quis introduzir o dragão inimigo principal da aventura desde o início, marcar que ele existia e colocar a galera receosa. Ele apareceu em vários encontros aleatórios ou voando em alguns momentos, deu pra criar o medo necessário que fez o final ser bem diferente do que esperava, vocês vão ver.
  • Para as regras, eu assisti a mesa do canal do Mestre Pedrok e li o antigo Guia da Trilogia, muita coisa está na pasta do drive.

Por Giluk!

Esquimós das Uivantes

Os aventureiros estavam na cidade de Giluk, formada por uma série de cabanas construídas para proteger do frio intenso da região, cercada de uma floresta num vale entre algumas das várias montanhas das Uivantes. Sigyn brilhou aqui, rapidamente conseguindo o que os seus companheiros precisavam, comprando um trenó com cachorros prontos para puxar o grupo mais rapidamente pela região. Mas houve um problema, teve que lidar com um grupo de humanos fortes que a menosprezavam e cuspiram no chão ao passar por ela. Segundo o comerciante próximo, eram puristas.

O grupo ficou desconfiado, nenhum deles ali era humano - não mais, se for considerar Sieghardt. A presença deles ali só indicava perigo na região, portanto preferiram ficar atentos enquanto procuravam por uma audiência com o líder da cidade. Seu nome era Pedra em Carne, alcunha recebida pois ficou em forma de estátua por décadas, segundo ele por causa de uma batalha contra um Beholder. Mas os boatos dizem que foi por trair uma ex-namorada medusa... Bem, a casa dele ficava no centro e era quente, além do chefe sempre de torso desnudo estavam pelo menos uma dúzia de esposos e esposas do chefe. Todos belos, com suas crianças brincando ao redor, exceto uma mais velha chamada Iaia, que era bem feia, mas a melhor cozinheira da região.

Para pessoas verdes como eles sobreviverem na região, precisariam treinar, Pedra em Carne ofereceu treinamento, em troca de lidarem com uma bruxa que tem matado na região e transformado pessoas e monstros em zumbis. O grupo aceitou, até mesmo Zord iria se favorecer de algo assim, sem falar na oportunidade de aventura! Não demoraram para rumar, curiosamente Ellie se afeiçoou a Iaia e até aprenderia sua receita típica mais tarde.

A viagem não demorou mais de um dia de trenó, chegaram a encontrar um grupo de puristas no gelo, caçando um rinoceronte da região, pensaram em atacar, mas eram muitos inimigos e a reputação precedia eles. Preferiram seguir até verem uma caverna de longe, atravessando rios congelados rumo ao covil da bruxa chamada Bruhnhilda. No caminho, se depararam com um problema peculiar.

Zumbis de ogros, humanos, gigantes e Hidras bloqueavam o caminho. Planejaram uma rota que graças as habilidades de Caranthir seria fácil de atravessar evitando os inimigos, ceifando apenas alguns no caminho. Como é de costume, todo plano tem um empecilho, Zord acabou caindo no gelo e foi atacado, os mortos-vivos poderosos que antes estavam distraídos por sons ou magia atacaram. Com o trabalho de todos, resgataram o golem e subiram a montanha. 

O covil da bruxa era uma gruta linear com pinturas rupestres ancestrais que tomavam vida e atacavam a todos, também haviam zumbis e cabeças voadoras chamadas varghars, cujo poderoso veneno impedia a cura de ferimentos. Numa alcova escondida, encontraram um altar com oferendas para um diabo poderoso, lá encontraram uma arma lendária chamada Slash Calliber, a espada falante se afeiçoou por Zord, mas queria mesmo era ser empunhada por Sieg, que recusou por ele mesmo ser uma arma mais poderosa.

A batalha contra a bruxa foi surpreendente, ilusões capazes de ferir surgiram, enquanto a mesma velha ficava escondida com magia, eventualmente se revelando e lutando, sofrendo principalmente para os elementos de Ellie e ataques de Caranthir. Por fim, ao investigar o covil, encontraram um crânio completamente negro e metálico com chifres, ao pegarem ativaram uma armadilha, uma rajada que conjurou diabos em Giluk!

Correram de volta para o trenó, deixando todos os itens desnecessários para trás, acabaram se unindo a batalha e enfrentando cães do inferno. Caranthir se culpava por não ter sido cautelosa como uma boa ladina. Ao vencerem, descobriram que uma centena de pessoas morreu no ataque, preferiram esconder a culpa que tinham. Enfim, seu treinamento iria se iniciar.

 Comentários:

  •  Obviamente, essa aventura foi narrada no passado, mas perdi minhas anotações. Tudo que eu usei foram ideias tiradas do blog e do livro básico, uma das coisas que mantive foi a piada da mulher boa cozinheira.
  • Achei justo a galera ganhar um item poderoso como a Slash Calliber, ela acabou virando um aliado engraçado que vai combinar melhor com outros atores que ainda vão aparecer por aqui.
  • Peguei uns mapas no reddit pra fazer a dungeon, foi bem interessante e um desafio rápido, não tinha muita exploração, mas dava uma sensação de tensão aumentando a cada encontro e perigo.
  • O Mateus perdeu XP por usar algo contrário ao método dele, moscou muito puxando o crânio sem avaliar o perigo antes. Mas a galera zoou pela fala do bolsonaro que era só uma gripezinha já que morreram só 100 na cidade, obviamente a teoria da gripezinha foi derrubada.
  • Achei engraçado como a galera teve medo de rolar porrada com os puristas, o caso de um deles na miniatura ter Cavaleiro do Leopardo Negro fez com que eles sentissem uma imponência e evitassem lutar para poupar PMs e PVs pra bruxa. Eu simplesmente AMO essa parada nova com recursos.

Peregrinação para Beluhgatar

Retornamos a encontrar o grupo de aventureiros depois de dois meses de treino nas montanhas, que consistiam em dias de peregrinações e exploração, tentando sobreviver, subindo e descendo para diferentes níveis de altitude. Com o treinamento, poderiam acostumar seus corpos a lidar com a baixa temperatura, pressão atmosférica e ar rarefeito. Para Zord, ele poderia aprender a controlar suas energias elementais para aguentar mais facilmente tais características reagindo com o metal e outros materiais que compunham o seu corpo.

Depois desse tempo, perderam alguns quilos ou conseguiram lesões marcantes, mas claramente estavam mais acostumados com a região. Antes de partirem para continuar a missão, indo até a cidade gigante de Beluhgatar, receberam uma visita. Um minotauro chamado Quna, que estava junto de Silvanus quando a missão foi recebida, foi enviado para as Uivantes para descobrir o que havia acontecido. Como um poderoso halterofilista devoto do deus morto, ele se provaria um aliado interessante, jurando seguir o grupo até cumprirem a missão, mesmo que estivesse em luto pelos aliados que partiram durante a chegada a região. Nesse interim, todos aproveitaram para fazer algumas coisas pessoais, o que acabou principalmente em Ellie fazendo contatos na região e muitos shows, além de Sieghardt pegando uma doença que o enfraqueceu e que parecia não ter cura.

Com um trenó de huskys uivantes treinados, um novo aliado e com o devido treinamento, começaram a exploração de um dos grandes vales, rumando em direção a uma taverna conhecida de Ellie chamada amor proibido, a primeira grande parada antes de seguirem para a cidade dos gigantes.

Viajaram vestidos nas peles feitas com esmero pelos esquimós, alguns usando couro de Yeti para se defender do Frio. Com o tempo, Zord considerou ser melhor blindar todos da sensação de friaca com magias, embora ainda tivesse que depender de seus milagres para manter Sieghardt vivo. Cada dia de sintomas fortes da sua doença o fazia mais fraco, lutas eram evitadas sempre que possível.

Talvez o momento mais chamativo durante a viagem, foi quando encontraram um grupo de viajantes curioso, formado por uma Sulfure, uma goblin e dois humanos. Eles falavam de uma maneira extremamente religiosa, o que é normal em Arton, mas sua crença era assustadora. Todos ofereciam comida e bebida, desejavam uma boa viagem, mas estavam peregrinando com o objetivo de entrar na área de Tormenta no limite da região! Para aumentar mais os ânimos, pareciam tratar Sieghardt como uma espécie de messias, dada a grande quantidade de poderes da tormenta que possuía.

Os devotos de Aharadak não eram hostis, mas a natureza estranha de sua fala assustou os aventureiros, chegaram a tocar suas bainhas prontos para lutar, mas resolveram seguir pacificamente. Estavam todos visivelmente confusos até que tiveram que conversar com o lefou do grupo, que explicou que usava os poderes da tormenta e Aharadak em prol de causas boas e se era tão corrompido, foi porque lutou contra aquilo durante anos. Talvez fosse uma verdade amarga sobre o amigo, mas acreditaram nele, preferiram prosseguir ainda desconfiando.

A Taverna e Estalagem Amor Proibido era um marco da região, cujas proporções gigantescas chamavam atenção quilômetros antes. Frequentada por gigantes e pequeninos, qualquer grande viajante da região uma hora iria se deitar em suas camas quentes. Lá, Ellie demonstrou o quanto chamava atenção, já havia visitado o lugar e muito do dinheiro que carregava era reflexo de sua última visita. Começaram a juntar informações sobre a subida até o vilarejo dos gigantes, enquanto Sieg, Zord, Carranthir e Sigyn averiguavam os viajantes para conhecer curandeiros capazes de livrar o guerreiro de problemas. Houve risco o tempo todo lá dentro, uma briga ali no meio certamente seria pior para eles, por sorte e grande lábia negociaram o suficiente para supri-los pra próxima semana, arranjando uma cura temporária o suficiente para poderem viajar com menos preocupações.

Dali, mais alguns dias de viagem, os cães acostumados a levar o peso guiavam a comitiva. Quna não deixava de falar da importância da força para vencer qualquer desafio, até mesmo os de intelecto, antes de chegarem a reta final das trilhas de gigantes, chegaram a ver o dragão bicéfalo da região Inverno e Inferno voando carregando um mamute e o soltando, talvez deixando seus ossos e couro se espatifarem para melhorar sua digestão. Investigaram o que podiam da cratera de carne, evitando serem percebidos.

Depois de tantas andanças, chegaram ao vale onde os gigantes faziam sua morada.

Comentários:

  • Comecei usando um desafio de perícia do Manual do Malandro sobre sobreviver um inverno nas uivantes. Eles não foram tão bem sucedidos, acabaram todos perdendo 1 ponto num atributo físico aleatório, que na cagada prejudicou justamente o melhor de cada um haha Mas, em troca, eles agora não possuem mais um redutor de -5 para lidar com o clima, isso pode ser útil em futuras aventuras. 
  • Para completar, já que passaram dois meses, segui a regra de treinos ou buscas, no geral tenho usado essa regra entre aventuras ou como parte dos saltos temporais da campanha, tem sido útil.
  • Foi nesse capítulo da aventura que realmente usamos o Hexcrawl que eu tava planejando, a galera usou dinheiro para comprar mapas, fez testes para investigar a região e tudo. Acabaram seguindo um caminho bem reto, acho que foi porque eu espalhei muito os objetivos secundários, se fossem atrasos melhores eles iam explorar mais. Mas a galera curtiu a viagem no geral.
  • Dou um mérito ao T20 e também a uma conversa que tive com os jogadores dessa mesa sobre interpretação. Ainda não conversam tanto em On quanto eu gosto, mas conseguimos ter várias sessões que se resolveram só no roleplay, ainda que emocionantes e que não tiveram necessidade de nenhum combate para resolver as coisas.
  • Foi interessante ter o Pedro com uma doença persistente, acho que doenças são um perigo interessante, mas é muito fácil cura-las, já no nvl 5 elas não seriam mais problemas. Um mal persistente é interessante, coloca uma fraqueza no personagem, mas também uma motivação.

Andando com Gigantes

Tirei do Pathfinder o mapa de Beluhgatar

O vilarejo de Beluhgatar era principalmente povoado por gigantes do gelo, cuja pele branca como a neve se misturava e dava um tom assustador, além deles havia uma etnia de gigantes da colina, mais parecidos com humanos. Mamutes era proporcionalmente como cavalos ou pôneis para aquela população e qualquer combatente sabia das histórias de lutas contra gigantes, que além de serem maiores e mais fortes que a maioria, também se igualavam a arte do combate dos melhores dentre os pequenos.

No centro da cidade, Ellie puxou conversa com uma mulher chamada Giag, uma giganta ruiva que estava presa num coreto, sofrendo a punição por deixar a região sem a permissão da líder do lugar: Gerti Beluhgatar. Sieghardt conheceu alguns gigantes e prestou atenção nos seus nomes, selecionando apelidos. Zord prometeu treinar a giganta presa nos ensinamentos de Valkaria em troca de liberta-la.

Graças aos contatos e poderes do grupo, não tardou até conseguirem uma audiência com Gerti. Encontraram-na numa herdade cujas paredes de madeira emolduravam troféus de vários tipos. No próprio vilarejo havia a carcaça de um dragão branco como oferenda a Beluhga. Graças a esses sinais preferiram ir piamente usando sua lábia e capacidades, principalmente Sigyn e Caranthir brilhavam aqui. Foi de difícil negociar num ambiente gélido como uma tempestade, acabaram perdendo grana e tempo, mas conseguiram as informações que queriam sobre antigo Santuário de Gelo e Fogo, um local sagrado para os primeiros devotos de Tauron.

Giag, a giganta, se uniu ao grupo como uma aliada, além dela tinha Quna. Havia muita disputa e brincadeiras entre os fortes, na segunda visita a estalagem Amor Proibido a giganta arranjou uma confusão para testar Zord e ver se ele era digno de ser seu mentor mesmo. Tudo foi resolvido rápido e logo puderam seguir viagem.

Já mais ao sul das cadeias das Uivantes, seguiam a viagem de trenó. Por um momento pararam por Ellie avistar um grupo de Elfos catando madeira, ela se aproximou e teve uma conversa amigável sem muitas perguntas, talvez por isso não tenha conhecido o assentamento elfo próximo - uma cidade que poderia ser útil para a exploração da masmorra a seguir. Continuando a viagem, sofreram dessa vez um ataque da própria natureza.

Uma poderosa avalanche trouxe toneladas de neve e escombros montanha abaixo, inundando o vale com uma força descomunal que quase varreu os aventureiros do mapa. Eles tiveram pouco tempo para correr e se proteger, mas por sorte puderam evitar a área de soterramento, bem, todos exceto Zord que ficou soterrado. O golem sofreu fortes avarias a sua carcaça, mas o maior perigo que seria o sufocamente não o afetaria, demorou algumas horas, mas foi resgatado.

Começaram a subir a montanha, escalando com cuidado e enfrentando mais Yetis no caminho. Optaram por libertar seus cachorros num ponto que não poderiam averiguar sua segurança e deixa-los presos esperando só os colocaria em risco, foi uma despedida emocionante. Ao longo da subida perceberam uma série de entradas para o santuário espalhadas pela montanha, foram discutindo e se preparando para optar por uma, mirando sua escalada no lugar que queriam e se dedicando. O frio e o ar lá em cima deixava a viagem ainda mais perigosa.

Comentários

  •  Para simular a importância de chegar nas cidades, tenho colocado itens exclusivos a venda em cada uma. Na dos gigantes havia uma pinga que deixava o personagem bêbado mas protegia do frio consideravelmente hahah quem acessar a pasta do drive vai poder ver os itens.
  • Para o clima da viagem, usei o site donjon para simular o clima e eventos aleatórios, rolou até uma tempestade aberrante como encontro, além da avalanche.

Santuário


O Santuário envolvia uma série de túneis naturais e artificiais usados por minotauros no passado. De alguma forma, a montanha gelada continha um vulcão adormecido cujos veios de lava quilômetros abaixo do pico aqueciam seu interior. Talvez os poderes de Beluhga mantivessem o exterior gelado, ou talvez a lava fosse um portal para Kundali, antigo plano divino de Tauron.

Entraram por um antigo portão, sentindo ao abri-lo a diferença de temperatura como um soco! Ellie teve uma pequena paralisia na fase dado o choque térmico e colocou um pano como tapa olho durante a exploração. Lá dentro encontraram um antigo chafariz representando um tauron forte de pênis longo, mas tudo estava seco. Resolveram seguir por um corredor adjacente, encontrando uma porta de metal que parecia aquecida, Sierghardt quase tocou para abri-la, mas iria inutilizar suas mãos por dias fazendo isso. Foi Zord então que abriu caminho.

Para surpresa do grupo, lá dentro haviam 3 salamandras de fogo, cujo corpo réptil emanava calor. Eles não ligavam para quem estava lá fora, mas parecia usarem o cômodo de fornalha. Quase ocorreu uma luta, mas os ânimos se acalmaram. Conseguiram negociar algumas armas superiores com os monstros, depois fecharam a porta. A neve do lado de fora serviu para resfriar as armas novas.

Acabaram seguindo até encontrar uma armadilha que já tinham ouvido falar depois de um papo com as salamandras. Duas estátuas imensas de guerreiros minotauros que brandiam o machado contra quem passava, até pensaram em soluções graças a um enigma nas paredes. Mesmo Sieghardt que era resistente e sabia se proteger, quase morreu com o ataque das armadilhas. Foi ai que Ellie e Sigyn tiveram uma ideia que tinha lógica, mas foi errada. Convenceram Quna a avançar, como era minotauro não seria atacado. Ele foi com tudo, mas a hipotese estava errada. Os dois ataques o levaram para o mundo dos deuses.

Zord até tentou ajudar, mas era tarde. Voltaram carregando o corpo e tiveram a ideia de jogar água no chafariz, que começou a jorrar. Ao beber a água estariam abençoados para passar pela armadilha sem ferimentos. Giag tinha dificuldades em passar pelos corredores pelo seu tamanho titânico, mas conseguiram ajuda-la como era possível. Acabaram chegando numa sala onde as luzes mágicas de suas lanternas iluminavam e formavam sombras nas paredes. Na parede oposta, esqueletos de antigos prisioneiros mortos. Aquilo parecia uma alegoria dos filosofos tauricos sobre o mito da caverna.

Foi nesse momento que um aventureiro distante, guerreiro campeão das Arenas de Valkaria em peregrinação pelas Uivantes surgiu. Seu nome era Talyon, estava no lugar para aprender uma nova técnica, acabou escalando o lugar sozinho e vencendo uma ilusão, dando de cara com o grupo de aventureiros num corredor em T cavernoso.

O grupo se reconheceu, perceberam que não eram ameaças uns para os outros. Apenas Sieghardt estava desconfiado, pois jurava ter visto uma visão fantasmagórica de Tauron no lugar. Juntos, entenderam o desafio da sala, citando nomes de objetos e fazendo surgir miniaturas deles no lugar, até que um pingente de Tauron surgiu - item mágico que permite que seu usuário use a força no lugar de outros atributos em testes de perícia.

Juntos, subiram escadas até se verem numa bifurcação. O chão cedeu, fazendo com que Zord caísse num fosso fundo e quente. Ao resgata-lo, preferiram seguir para um outro corredor, onde uma estátua de Tauron com chamas azuis na cabeça propôs um novo desafio, dessa vez matemático. Talyon, Zord e Sieghardt tomaram a frente e usando ábacos puderam resolver o teorema. A estátua abriu-se ao meio, revelando um corredor escuro, a surpresa do que estava lá dentro era terrível.

Estavam no centro do santuário, numa sala suspensa por robustas pontes de pedra, sem teto, um lugar excelente para entrar e sair voando. No centro do cômodo escuro, cheio de corpos de minotauros e de outros exploradores, estava uma estátua de Tauron, cuja cabeça era feita de ossos, proporcionalmente do maior minotauro já visto. A emanação de magia era intensa, talvez por isso aquele cômodo havia sido escolhido como morada de inverno e inferno, o dragão bicéfalo da região.

A criatura se ergueu assustadora, os corpos tremiam e a sua voz dupla penetrava a cabeça de todos, como um pensamento recorrente. Dragões tinham uma certa telepatia e estavam em vantagem, sabiam o que trouxeram os aventureiros até ali.

O grupo se encontrava numa desvantagem clara: com a leitura de pensamentos os dragões se mantinham em vantagem, estavam encurralados, também estavam cansados e enfraquecidos. Acabaram optando por uma nova tática, negociar com os dragões. O que não agradou muito Sieghardt, nem Ellie que tentou fazer algumas piadas que quase acabaram com a tática. Talyon mesmo novo no grupo se via forçado a negociar, mesmo sofrendo aos poucos se apaixonava pela vida de aventuras, em poucas horas foi testado intelectualmente e se viu de frente de um inimigo incapaz de vencer! Bem diferente das arenas.

A negociação foi perigosa para o grupo, Ellie ofereceu a alma para o dragão, que arrancou seu pequeno coração e o transformou numa moeda; enquanto isso, Zord ofereceu seu corpo de construto, se tornando apenas energia concentrada numa jarra. Dessa forma, recuperaram o artefato pesado, que Giag carregaria para todos. Deixaram o lugar com o gosto amargo da missão cumprida.

Comentários:

  • A Dungeon foi totalmente inspirada numa postagem antiga do blog Pontos de Experiência.
  • O Mapa da Dungeon ficou meio torto, foi minha primeira tentativa usando o Dungeon draft, então já era de imaginar haha mas o que importa é que foi funcional e as sessões foram divertidas.
  • Essa parada de envolver temas mais sexuais nas aventuras tem sido interessante. A galera ficou rindo quando reparou que a estátua de Tauron era gasta numa parte mais específica, algum tipo de crendice sobre virilidade.
  • Curti misturar umas questões reais com as regras, como o choque térmico e a queimadura inutilizando uma arma e tal. No geral conversar rendeu bem mais na dungeon do que lutar, cada salamandra tinha ND 6, facilmente matariam o grupo juntas. 
  • A gente parou a sessão no mito da caverna, galera não conhecia a história, que decepção haha mas acabou virando um puzzle divertido.
  • Foi legal a introdução do Filipão, mesmo fazendo um guerreiro ele se envolveu nos quebra-cabeças, o que faz com que o personagem dele pareça bem diferente. Pena que não testou o combate.
  •  Foi bem interessante uma sessão com tantos puzzles, fiz questão de dar um XP digno pra galera. No caso da estátua, caso falhassem iam enfrentar um golem bem forte, então valia um XP na moral.
  •  Essa telepatia dos dragões tem sido uma maneira de eu mostrar o poder e inteligência acima do comum de tais monstros, algo pequeno que coloca eles em estado de ameaça rapidamente e um jeito de demonstrar sua superioridade.
  • O Filipão entrou só nessa sessão, mas foi bem legal a participação dele, acabou se envolvendo bem nos quebra-cabeças e interpretando lgal. Foi uma sessão mais curta, mas divertida.
  • Acabamos não explorando tanto a dungeon na mesa, mas ela está disponível na pasta do Drive.

Epílogo

Um grupo contratado por Silvanus buscou os aventureiros nas Uivantes. Como Quna havia enviado mensagens para o minotauro, o grupo teve que se esconder com o artefato por poucos dias. Resolveram mentir sobre a morte do aliado para evitar problemas.

Aquela havia sido a jornada mais difícil até agora, as lembranças dos meses nas Uivantes marcariam os aventureiros para sempre. Toda a vitória teve um peso, mas mostrou que estavam prontos para grandes desafios. Silvanus mesmo estava feliz pela missão realizada com sucesso e já organizava o ritual para fortalecer as defesas da capital usando o poderoso artefato agora em suas mãos.

Os aventureiros tiveram alguns dias para descansar, tempo que usaram para se organizar e pensar em seus próximos passos. Porém, infelizmente não conseguiram exatamente o que queriam, era difícil iniciar uma busca sem corpo ou alma, enquanto a cura de Sieghardt estava distante. Talyon, por outro lado, numa busca por mais poder acabou amaldiçoado. Torcia para que sua cura viesse logo.

Comentários:

  • Esse pequeno epílogo serve para colocar onde os personagens estarão a partir do próximo diário. Na próxima aventura que vou trazer, estarei narrando para os meus dois grupos de T20 ao mesmo tempo, de vez em quando acho legal fazer um crossover assim.
  • Como esse grupo ta em nível alto, essas fraquezas que arranjaram pode ser uma boa para nivelar a dificuldade do jogo.

Interlúdio: Outras aventuras

Há outro grupo de aventureiros que logo terá os caminhos cruzados com aqueles que exploraram as uivantes. Formado por Moyashi, espadachim artista de tamu-ra; Yohei, um surragel meio-oni e devoto de Sszzaas; Luna, clériga de Alihanna e mãe adotiva de um lefou; Mai, poderosa guerreira medusa dançarina das sombras. Esse grupo vivenciou aventuras parecidas com o que acompanhamos, talvez os deuses estejam se repetindo.

Seu caminho passou pelo interior de Petrynia, até culminar numa exploração da mesma masmorra planar e invasão da mansão de Silvanus. Agora um paladino que aparentemente usa de uma droga poderosa para ter acesso aos poderes de Tauron e mantém escravos ilegalmente. O grupo já vivenciou muitas derrotas e vitórias, das melhores às mais amargas.

Depois de meses separados, com alguns servindo de escravos para Silvanus e usados na batalha contra a Tormenta, se unem novamente em Valkaria e se vem numa aventura envolvendo  inimigos lefeu e uma irmandade de elfos e anões. De lá, partirão para Sambúrdia, onde os destinos de todos devem se cruzar.

Extras: Fotos







Então, o que acharam? Eu tive uma experiência muito boa no geral nessas aventuras, principalmente porque o grupo de amigos que joga comigo a mais tempo mudou muito jogando o T20, tivemos algumas sessões sem combate, mesmo com muitos personagens focados nisso. Parece que combater é mais uma forma de resolver problemas, não mais a única.

Esse final também com os jogadores pagando um alto custo para cumprir a missão foi bem interessante e deve render muitas mudanças nas próximas sessões. Algum comentário? Bem, segue abaixo o link para acesso ao material da aventura.

Pasta da Busca pelo Crânio de Tauron

Antes estava narrando as mesmas aventuras para os dois grupos, agora isso deve mudar. Se eu fizer mais de uma aventura e postar aqui devo postar os diários de ambos, só que de uma forma mais resumida, mas lançar juntos aventuras para vocês com fichas novas e itens. Valeu o apoio!

 Abraços ou beijos

3 comentários:

  1. Cara, eu lembro da aventura antiga, eu acompanhava teu diário kkkkk Muito daora, continua postando, que eu adoro ler tuas aventuras

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    1. hahah cara, eu reli tudo da época pra preparar essa campanha, to curtindo muito as versões novas e as mesas. Na real logo logo sai um diário novo e tem umas surpresas boas pra quem acompanha a muito tempo

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  2. Pedrão, podia compartilhar as regras do trenó que você usou? Estava tentando bolar uma com base na carroça do T20, mas sendo algo escalável dependendo da quantidade de cães, enfim tava quebrando a cabeça e pensando que você poderia fazer muito mais facilmente que eu kkkkk

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