Pro mestre um sequestro é um ótimo plot. Normalmente ele é usado para alguma sessão que alguém falte ou algo parecido, mas há várias outras coisas subaproveitadas no drama de ser sequestrado. O próprio momento do sequestro pode dar uma cena muito intensa a narração, o personagem cercado, atacado, sem chance de revidar, totalmente pego de surpresa. Com medo.
Outra parte interessante é o momento que o personagem se vê num lugar estranho, provavelmente machucado e fraco. O local é escuro e ele esta sozinho, nessa hora geralmente há o primeiro contato com o sequestrador ou com um outro possível prisioneiro.
"Eu estou com meus olhos vendados. Merda! Não faço a mínima ideia de onde eu estou. Sinto apenas que estou deitado num chão gelado. Sinto que é um piso, liso e sujo. Eu nem imagino quanto tempo estou aqui.
Alguns homens vêm caminhando em minha direção. Pelos passos, acredito que sejam 3 ou 4. Eles estão dizendo alguma coisa, mas eu me sinto fraco para tentar entender. Um deles está se aproximando de mim. Ele pegou minha camisa.
“E então, maricas, que tal ligar para o teu papai e dizer que estamos querendo logo a porra do dinheiro?”
“Senhor, por favor, não faça nada comigo! Meu pai irá te dar todo o dinheiro que você quiser.”
“Eu sei que ele dará. Ele não irá querer que a gente faça algum mal ao viadinho do filho dele.”
Ele disse isso alisando meu rosto. Todos os outros riam muito. Eu estou com medo! Porra, porra, porra! Estou tremendo de medo. Estou sentindo algo quente em minhas calças! Ah, não! Não, merda!
“Olha só, rapazes, o viadinho se mijou!”
Novamente, eles voltaram a rir. Eles me bateram muito no último dia. Estou sentindo minhas costelas doerem. Quando passo a língua pelos dentes, sinto a ausência de alguns.
Meu deus, por favor, me tira desse buraco! Meu Deus, por favor, me tira daqui!"
Essa ideia de inimigo escondido pode ser melhorada, que tal aproveitar a falta de um jogador e falar que o mestre vai controlar o seu personagem? Ou melhor, antes da sessão converse com um jogador para interpretar o personagem dele um pouco diferente, cabendo aos outros jogadores descobrirem sobre o crime durante uma aventura normal!
Agora e o lado de quem for sequestrado? Se usar o plot acima é melhor deixar que o jogador interprete o personagem dele em cativeiro apenas após os amigos descobrirem. No cativeiro o personagem pode ser dopado (o que o impediria de usar as habilidades mais perigosas), interrogado e mantido com o mínimo para sobreviver (teste de CON ou resistência para que ele não receba redutores em todos os testes).
O interrogatório pode ser uma parte importante da missão. Alem dos simples testes de força de vontade (WILL) testes de CON e a interpretação podem contar muito na hora. Alguns interrogadores experientes podem causar danos a características (como reduzir a força, destreza, etc. do personagem), esse dano pode ser temporário, ou, numa campanha mais brutal, permanente.
Depois de todos os fatos acima os sequestradores podem entrar em contato e pedir algo em troca da libertação do personagem. Dar o que os vilões pedem é uma opção, assim como caçar o local do cativeiro e libertar os sequestrados.
É importante lembrar que os inimigos que usam desse tipo de crime não são os melhores em combate direto, mas talvez os personagens possam vir com esse pensamento na cabeça e enfrentar um adversário muito poderoso.
Por exemplo, no meu RPG a mulher que ficava no cativeiro com o prisioneiro era bonita e não aparentava força física, mas durante a luta ela demonstrou todo tipo de poderes, de soltar raio, escalar paredes, super força, entre outros.
E no final da missão todos voltam para casa felizes, ou não. Um sequestro pode ser o motivo que você queria para enfraquecer aquele personagem, reduzir a ajuda de um NPC que é quase o pai do grupo, criar drama na narrativa, tudo de uma só vez (as vezes). O problema é cair no mais do mesmo e sempre usar isso, saiba dosar, assim os seus jogadores sempre lembrarão "do sequestro do paladino".
Abraços ou beijos
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