Chefe de Fase - Um Problema na Floresta

Não é segredo para ninguém que o jogo Zelda: Ocarina of Time é o meu jogo preferido de TODOS os tempos. Resolvi me inspirar em um de seus conceitos para criar um Chefe de fase. O grande problema dessa semana, foi que eu esqueci que a coluna dessa semana era minha obrigação - se você ainda não percebeu, cada semana uma pessoa diferente posta - pedi ajuda ao amigo e leitor Natan, ele me deu uma ideia baseada na magia Constrição, resolvi evoluir a ideia.

Eu sempre gostei de usar dungeons temáticas nos meus jogos. Uma ruína na floresta que usa as arvores como desafio ou vantagem aos personagens (como usa-las para saltar, ou se proteger), hoje a ideia é aproveitar isso. Os PJs vão ser levados para um templo na floresta, o local era destinado a Allihanna (ou alguma divindade/grande espírito da natureza de seu cenário), mas hoje, ele se tornou destinado ao deus Monstro. O grupo pode estar investigando o sumiço de um clérigo, ou indo para o local sabendo que agora é dedicado a um deus maligno. Seja qual for o motivo, continue lendo para saber o que eles vão encontrar.

Uma das várias arquiteturas que o local pode ter

O mestre pode aumentar a dungeon, colocando encontros antes de chegar ao templo em si. Isso depende da região do seu mundo de jogo. Como a o chefe é de nível baixo, tente colocar animais condizentes com a realidade da região (mantenha o clima de vida selvagem), mas alguns animais apresentam características estranhas, como uma cauda venenosa (ataque com 1 de dano mais veneno), cor exótica, crostas duras na pele (RD 1), ou outros detalhes. Nada muito exagerado, vamos aumentar a monstruosidade aos poucos.

O templo

Como todo templo dedicado a deusa da natureza, o local é cercado de vida natural. Antes de ser profanado, animais selvagens vinham se alimentar; eram cervos, coelhos e lobos, dividindo o local sem nenhuma atitude hostil. A formação circular no meio do local, abrigava um lago, com peixes exóticos, tudo muito bonito. Arvores saiam da pedra até o todo do local, com trepadeiras tingindo a pedra de verde. Era um paraíso para Druidas, xamãs e outros devotos.

Hoje, graças ao domínio de Megalok, a vegetação assumiu um tom mais escuro, o lago transbordou, transformando grande parte do local num pântano. Armadilhas vegetais (use as armadilhas normais do sistema), além de terreno com espinhos do tamanho de uma adaga (use como um terreno difícil com dano de 1d4 em quem passar ali, exceto classes com caminho da floresta).

Outro grande diferencial, é que a vida vegetal parece estar controlada pelo invasor. Seja quem for que esteja a comandando, parece conseguir usar a magia constrição a qualquer hora, em qualquer lugar dentro do domínio do local. A magia está na pagina 162 do módulo básico do Tormenta RPG. Quando isso acontece, pequenos construtos de planta atacam os personagens.

Use os objetos animados da página 268 como base, como eles são feitos de planta, devem ser vulneráveis a  magias que afetem a vida vegetal, mas, por outro lado, ganham algumas habilidades como membros maiores, constrição (habilidade de monstro), etc. Tudo a critério do mestre.

O Chefe

Em algum lugar do templo, o grupo vai encontrar uma criatura estranha. É um humanóide de 1,80 de altura, com pele cinza e grandes veias azuladas correndo todo o seu corpo. Junto dele, um monstro verde e grande (Troll), com uma corrente. Como um animal de estimação do próprio profanador, ele ataca qualquer um que ouse lutar contra o seu líder.

O troll tem uma ficha Normal, procure por ele no bestiário (página 116), ou tormenta básico (285). A área é propensa ao uso da habilidade de constrição, e pode ter terreno pantanoso (terreno difícil), armadilhas, etc. Tudo a critério da preferência (e da maldade) do mestre.

O Troll Nobre  -  ND 5

Fintroll, Druida 5

Iniciativa +9

Sentidos: Percepção +8 , Visão no Escuro.

Classe de Armadura: 16 (10+1 des + 2 nível +3 armadura)

Pontos de Vida: 47

Resistências: Fort +7, Ref +3, Vont +4, Imunidade a atordoamento, metamorfose, paralisia e veneno. Vulnerabilidade a magias que afetam plantas. +2 resistência a magia.

Deslocamento: 9 m

Ataques Corpo-a-Corpo: Lança +4 (1d8+3)

Habilidades: For 12, Des 12, Con 17, Int 21, Sab 10, Car 8.

Talentos: Tradição perdida (invoca magia por inteligência), Treino em perícia (iniciativa), Magia Natural.

Perícias: Adestrar Animais +7, Atletismo +9, Cavalgar +9, Conhecimento (escolha um) +13, Diplomacia +7, Identificar Magia +13, Iniciativa +9, Ofício (escolha um) +13, Percepção +8, Sobrevivência +8.

Magias Preparadas: 1º - Causar Medo, Comandar, Escudo Entrópico, Escudo da fé; 2º - Moldar Madeira, Pele de Arvore x2, Despedaçar; 3º- Crescer Espinhos, Curar ferimentos Graves. PMs: 18. CD 15+nível da magia.

Caminho da Floresta, rastro invisível e Forma selvagem: como um druida de 5º nível.

Constrição: O xamã, por algum motivo sobrenatural, é capaz de usar a magia constrição sem limite de vezes por dia e sem gastar PMs, a magia funciona exatamente como a versão da página 163 do TRPG (desculpa, mas estou sem a versão revisada).

Regeneração: Um troll nobre regenera PVs por hora, em vez de por dia. Essa habilidade não funciona se ele estiver exposto a luz do sol ou similar.

Sensibilidade a Luz: o fintroll sofre -1 em ataques quando expostos a luz do dia ou a similares.

Companheiro animal: o fintroll pode invocar 5 objetos animados pequenos por dia, eles são considerados seus companheiros animais. Baseados na regra do D&D 3.5, não fique com medo de usar, é só para criar uma diferença mecânica e estética no chefão.

Tesouro: Padrão

Considerações finais

Esse chefe serve de introdução a alguns elementos do cenário apresentados no Mundo de Arton. Aproveite para mostrar a rivalidade entre os devotos da natureza vs devotos dos montros. O chefe usa várias regras diferentes para se tornar um inimigo mais poderoso, mas não será um grande desafio para um grupo bem formado de 1º ou de 2º nível. Para grupos mais fortes, o chefe pode possuir outro Troll ajudante, ou ter mais níveis ou melhor pontuação.

Eae, gostaram do chefe? Comentem!

Abraços ou beijos