quarta-feira, 9 de abril de 2014

Diário de Campanha Darksun: Episódio 2 - Sobrevivendo no Deserto

Olá leitores e bem vindos a mais um diário de campanha! Hoje voltamos ao mundo pós-apocaliptico de Athas, onde vamos continuar seguindo as aventuras e desventuras de alguns escravos recém libertos. O episódio de hoje trata da minha experiência com algo que nunca uso em minhas mesas e resolvi usar nesta campanha para tornar o jogo mais caótico, a tabela de monstros aleatórios.

Como sempre achei este método mundo Pokémon, eu preferi fazer de meu próprio jeito, unindo improviso e ideias soltas para criar side-quests importantes para o desenvolvimento dos personagens, além de conseguirem itens e conhecimentos importantes sobre o mundo onde se aventuram. Espero que gostem.

O Grupo

Mateus - Darius, Eladrin Lâmina Mental 3 LB: Um Eladrin, povo místico das terras além do vento, uma sub dimensão que divide espaço com o plano material. Treinado na incrível habilidade de expandir sua pente para formar objetos, Darius segui o caminho do guerreiro e foi capturado como um escravo exótico pouco antes de deixar sua terra natal, que foi dissipada pelos comerciantes de escravos. É, a vida de viajantes não é fácil.

Henrique - Manto Verde, Humano Meio-dríade Druida 2 NB: Descendente de criaturas hoje extintas (ou quase), Manto verde é um druida da floresta, um dos poucos de seu tipo. Nascido nas montanhas Corta Vento, se tornou um druida e aprendeu a controlar seus dons naturais desde cedo, possui pelos e sangue verdes.

Valdir - Oliver, Humano Feiticeiro Dracônico 3 CN: Oliver é um pirata das areias com um misterioso sangue dracônico capaz de lhe dar poderes arcanos, infelizmente foi se aventurar próximo aos domínios de Urik quando uma caravana de escravistas o capturou. Sua sorte foi não ser descoberto por Hamanu antes.

Marcus - Radgar, Elfo Ranger 3 CN: Um elfo com pouco mais de duas centenas de anos que vive sua vida com base em escaramuças e assaltos, vagando o deserto com sua trupe. Nascido para o combate é forte, ágil e resistente como nenhum outro, porém convencido. Mesmo se tornando escravo tem certeza que pode superar qualquer desafio que venha.

Nariz - Thir, Anão Monge 3 LB: Treinado no controle do espírito e na arte de se lutar com as mãos nuas, Thir se tornará um grande exemplo entre os seus. Foi um grupo grande de escravistas que acabou com a sua diversão e o tornou mais um na turba de escravos.

Episódio Anterior
Episódio 1 - A Fuga da Caravana

Bora Ler!

 The Hazards of the Desert Travel

Mapa carregado pelo grupo
 A sessão que estou tratando aqui acontece toda durante uma pequena parte da aventura que mestrei (A Little Knowledge). Esta parte se chama The Hazards of the Desert Travel e serve justamente de introdução a problemas como falta de comida, água, armas e a sobrevivência diária que exploradores do deserto devem se preocupar.

Analisando o mapa encontrado com cautela, os escravos notam que o X é o ultimo ponto marcado pelo capitão do Navio. Com alguma investigação (no caso, testes de inteligência para lembrar de informações soltas pelos guardas durante a viagem) conseguem juntar as informações que precisam para concluir o caminho da caravana.

O navio iria atravessar o deserto até parar na cidade de Kled para abastecer, seguindo para Tyr logo após essa parada curta. Com essa informação o grupo resolve seguir o deserto até o oásis próximo a Kled, aguentando o máximo que puderem ao longo desses dias de travessia no deserto.

Logo no primeiro dia de travessia o grupo deve tomar cuidado com gigantes de fogo que vagavam pelo deserto, além de passar algumas horas caçando e aproveitando da habilidade extremamente útil de Manto Verde de criar água do nada.

No meio de sua jornada, o grupo encontrou um elfo também escravo da caravana que foi individualista e passou os últimos dois dias sobrevivendo sozinho, sem armas ou qualquer outro tipo de equipamento. Ele era o elfo mais forte e vigoroso que já ouviriam falar ao longo de sua vida, com um olhar feroz de predador e instintos apurados, seu nome era Radgar.

Comentários:
  • O outro grupo que mestrei essa aventura também teve que lidar com gigantes (mesmo usando uma tabela aleatória), para resolver isso e não mestrar tudo igual resolvi colocar os gigantes bem longe para serem apenas elementos perigosos do cenário.
  • Radgar é o personagem mais poderoso do grupo, pelo menos é isso que foi provado até agora em mesa. Tive que puxar saco por um segundo ou dois hahaha
  • Darius usou seu talento extra ganho pela desvantagem de perder um olho para comprar Conhecimento de Golpes, talento que vai ser muito útil futuramente.
Wyverns
Regra simples: A probabilidade é sempre contra você!
Passaram alguns minutos conversando e se conhecendo, deixaram também alguns equipamentos com o elfo após perceberem que suas habilidades e seu conhecimento da região seria útil para todos os ex-escravos. Além disso, um batedor e combatente poderoso seria muito útil para o grupo. Radgar pegou o machado de batalha de Bronze que estava com Oliver e uma armadura de tecido - não era o equipamento ideal para o personagem, mas serviria.

Caminhavam pelo deserto, aproveitaram as ações do Druida e do Ranger para caçar pelo grupo, enquanto economizavam sua água e comidas para dias mais severos. O sol queimava forte e fazia os corpos suarem, Thir era o mais centrado entre o grupo, o que menos suava e o que menos parecia se preocupar com os perigos do sol. Oliver andava pronto para usar seus poderes arcanos caso fosse necessário, fosse ou não um pirata das dunas, estava numa região muito distante de sua zona de conforto.

Os escravos concluíram que a viagem a noite seria mais simples e mais fácil, passando a trocar o sol escaldante pelo frio das duas luas de Athas. No terceiro dia de caminhada avistaram criaturas voadores ao longe, em primeiro momento ficaram alertas, até identificarem as criaturas como Wyverns - seres reptilianos venenosos, gigantescos e caçadores vorazes - um casal destes pairava e decidiu tornar o grupo sua nova caçada.

Correram como podiam, o Elfo na frente em disparada, enquanto os outros o acompanhavam até o cume de uma montanha de pedra. O anão foi o primeiro a perceber uma entrada, uma espécie de caverna onde os Wyverns não poderiam entrar em alta velocidade e o melhor lugar para uma fuga desesperada como aquela. Entraram correndo até perceber que só podiam ouvir o eco de seus passos e pararam. Começaram a andar mais devagar até chegar ao centro onde seriam surpreendidos por uma visão ao mesmo tempo incrível e terrível.

Comentários:
  • Essa cena foi puro improviso, os Wyverns foram monstros aleatórios sorteados e tive a ideia de montar outra cena de caçador e presa. Os personagens são bem poderosos e são mais do que preparados para combates difíceis, porém não são burros de enfrentar DOIS wyverns ao mesmo tempo no nível 3.
  • A ideia de um encontro dentro da montanha foi baseado numa imagem que eu tinha na minha pasta de RPG do computador. Montei a aventura basicamente toda ao vê-la durante a sessão.
Os Devotos do Espírito do Deserto
O que uma boa ilustração não faz? Não sie o artista, se alguém souber me avise
Ao se deparar com o enorme templo cravado na rocha os ex-escravos ficam impressionados, sua arquitetura e organização não parecia em nada com o que haviam se deparado em toda a sua vida. Grandes estátuas, frutas que emanavam energia arcana e um misterioso ritual realizado por algum Padre ou psiônico iluminavam toda a complexidade de túneis do local. Optaram por ficarem parados enquanto o ritual era realizado, aproveitando para recuperar o fôlego e energias, porém não foi a melhor escolha.

Centenas de Tareks - Tareks são humanóides monstruosos do deserto, algo próximo ao orc, mas ao mesmo tempo bem diferente -  povoavam os túneis e um grupo de 10 destes avistou o grupo. Partiram assim que foram avistados, descendo túneis e mais túneis do vasto complexo subterrâneo (se haviam tesouros ali este grupo não descobriria). Sua fuga os levou ao encontro de mais e mais criaturas que acabaram os cercando, dividindo o grupo entre duas pontes que levavam ao enorme pedestal. De um lado estavam Oliver e Thir, de outro Manto Verde, Radgar e Darius. Empunharam armas pois estavam desesperados, afinal, seriam atacados por centenas de inimigos, como sobreviver?

Manto Verde começou o combate com um movimento inteligente, o Sacerdote inimigo emanavam cantigos de um pedestal próximo a um desfiladeiro, ele usou seu poder de comando para fazer o sacerdote cair, porém sentiu que precisava de mais força e não pensou duas vezes antes de profanar. Raizes que envolviam a ponte murcharam e ela tremeu, porém o sacerdote caiu diretamente para sua morte. A manobra fez os inimigos temerem e isso tornou suas investidas menos focadas, atacando aos poucos ao invés de todos ao mesmo tempo - Em regras, cada rodada um inimigo surgia de cada lado em cada ponte. Oliver usava as magias que podia para afastar os inimigos e matar alguns, Thir lutava com as mãos mas não conseguiu ferir muitos de seus inimigos. Radgar investira com o machado que não seria sua melhor escolha e lutou feroz, mesmo sem fazer grandes estragos, Manto usava os poderes para curar enquanto Darius lutava como o espadachim feérico que era.

Controlaram bem o campo de batalha, porém Oliver e Thir ficaram em desvantagem, cercados por inimigos e feridos demais. Manto avisou sobre uma manobra arriscada e então usou seu poder de moldar madeira para destruir as gavinhas e raízes enraizadas na pedra da ponte até ela ceder, O pirata e o monge saltaram heroicamente, se agarrando um no outro para sobreviver enquanto dezenas de inimigos gritavam ao cair no infinito. Darius derrubou uma pilastra e usou como ponto de vantagem e foi montando estratégias, até a fuga ser possível.

A fuga (terceira fuga do grupo, que grupo fujam) resultou numa multidão de Tareks enfurecidos, porém a sorte virou a favor dos heróis quando os dois wyverns conseguiram chegar ao centro da caverna e começaram a voar atacando todos ali dentro. Darius se teletransportou para salvar algumas frutas arcanas (poções) e depois se teletransportou para ajudar os amigos no salto necessário para chegar a um túnel natural que levava para fora do lugar.

Fugiram. Sobreviveram. Até agora.

Comentários:
  • Esta foi uma das sessões mais agitadas até agora e uma das quais teve mais parte de improviso entre todas. Os heróis ganharam XP, sobreviveram a combates improváveis e conheceram mais sobre o mundo, tudo que um mestre poderia querer.
  •  Ideias chave foram responsáveis pela sobrevivência do grupo, sempre é bom colocar um pouco de juízo nos jogadores e recompensar ideias boas.
  •  Durante o combate, Manto verde usou profanação Duas vezes, acho que foi necessário. Já viu nossa regra de profanação? Clique aqui!
O que acharam do segundo episódio, leitores? Esta é uma de minhas campanhas favoritas de todos os tempos, espero que estejam gostando!
Abraços ou beijos

2 comentários:

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