sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Diário de Campanha Império de Jade: Episódio 2 - A Ruína Bakemono


Eai, como vão? Hoje é dia de mais um diário de campanha de Império de Jade. Dessa vez vamos acompanhar as aventuras dos jogadores na Ruína Bakemono, eles já estão dentro dos túneis a algumas semanas e tivemos umas tretas por visões diferentes. Tudo isso tu acompanha abaixo, vamos lá?


O Sentai:

Gabriel - Hangô, Humano Onimusha 2 Desonrado: caçador e aventureiro experiente nas terras estrangeiras, já viveu com muitos povos e aprendeu a controlar sua mácula da tormenta. Uma tamuraniano com atitudes de Gajin. Talvez o seu verdadeiro potencial ainda esteja escondido.

Nariz - Aoi Hono, Mashin Kensei 2 Honesto: Mashin construído para servir o antigo clã matsui, ficou uma década num prédio, sozinho, aguardando as ordens de seus senhores. Enquanto isso, os akumushi (tormenta) nasciam e desapareciam em Tamu-ra.

Caio - Kadanba Lila, Vanara Monge 2 Honrado: esse macacao saltitante e cheio de citações vivia num templo com outros monges. Um dia, no entanto, todos haviam desaparecido. Ele hoje busca o que restou de seus antigos nakama.

Herbert - Kazuzo Acata, Hânio Shinkah 2 Honesto: ainda sem história.

Yuri - Kojiro Mishima, Ryuujin Samurai 2 Digníssimo:ainda sem história.


Episódios Anteriores:
Episódio 1 - Os Desígnos da Honra


Ikimashou!

Fazenda Hânio



O Sentai caminhou algumas horas até se aproximarem de uma pequena fazenda construída com muito suor e esforço. Ela tinha alguns luxos, como banheiros separados da casada de um só cômodo, algo feito graças aos esforços de seus pobres moradores. Aquele era o lar de Alvorecer, a Hânio que resgataram mais cedo.

Chegando lá, foram recepcionados por Yuri, pai da Hânio. Viviam ali também sua mãe, Naomi, seu irmão, Hiroshi e Hana, sua irmã de 10 anos de idade. O patriarca recepcionou o Sentai com respeito e feliz por ver a filha, mas foi logo calado e levou um baita esporro de Kojiro Mishima. O homem se encolheu todo ao levar o sermão do samurai, toda a família parecia fazer o mesmo, menos a jovem resgatada, que não se importava com honra e tradições.

Foram convidados a descansar por ali, a família tinha arroz, ovos e galinhas. Até comentaram de uma fazenda distante com uma galinha gigante, o grupo ficou curioso e comeu conversando sobre o assunto. Cada um se dividiu e fez suas próprias atividades, alguns trabalharam, outros conversaram com os membros da família e entre si. Foram presenteados com rações para a viagem e bálsamos restauradores, os mais honrados recusaram.

Kadanba já estava acordado, comeu apenas arroz, pois era vegetariano. Hangô interrogou a família sobre o objetivo do sentai: chegar até a Ruína bakemono. No dia seguinte, poderiam continuar sua missão, agora munidos de mais informações.

Comentários:
  • O Herbert me deu o toque que Yuri é nome de mulher no japão, mas não ia mudar na hora. 
  • Havia um outro filho na família chamado Yudi, ele teria sido morto por um nobre testando sua espada. Isso geraria mais roleplay, mas ninguém interrogou tanto a família nesse lado.
  • Foi interessante adicionar essa cena, os jogadores ainda não estão acostumados com a minha maneira de testar a criatividade deles além da ficha. Estão jogando muito tropeçando em problemas e não pensando tanto em resoluções, já rolaram algumas discussões aqui por isso.
  • Colocar a família permitiu que eles tivessem mais pistas e pudessem achar a Ruína.

Descendo


Seguiram a dica dos fazendeiros e subiram o rio. Os relatos indicavam que muitos monstros eram vistos pela região e lá podiam encontrar o que procuravam. Hangô era o melhor rastreador e logo encontrou algumas marcas de monstros diferentes próximas a uma cachoeira. Entre as marcas, haviam aquelas típicas de Akumushi, o que era preocupante.

Kadanba subiu numa árvore e pode ver que o rio continuava cachoeira acima, mas sem outros rastros. Seja o que for que procuravam estava por ali. Nadaram para atravessar o rio e continuaram com os mesmos rastros, mas nenhuma trilha. Ficaram por ali até que um deles resolveu ver se tinha algo atrás da cachoeira, acertou.

Atravessar a cachoeira com sua torrente de água foi difícil para alguns, Kazuzo, por exemplo, teve que ser arrastado por uma corda para conseguir vencer a água com a sua constituição de grilo. Dentro da cachoeira havia uma câmara de caverna com alguma ruínas, todas tinham símbolos de redemoinho, rapidamente identificados como símbolos de culto aos monstros. No centro de tudo, um buraco para uma rede de cavernas. Tal buraco tinha 100 metros de profundidade.

O Sentai passou muito tempo discutindo opções, não havia outra entrada e seja o que for que chamavam de ruína dos bakemono estava lá em baixo. Somaram cordas, tinham 75 metros no total, seria difícil escalar até lá em baixo.

Decidiram descer com as cordas amarradas o máximo que dava. No centro da área de baixo havia uma lagoa de profundidade razoável, muitos Oonokami viviam na região - espécie de caranguejos gigantes.

Aoi Hono foi o primeiro, desceu e se jogou na água, sua habilidade acrobática e a água impediram que tivesse ferimentos fatais, mas era um Mashin. Nenhum de seus companheiros era capaz de curá-lo, cada ferimento deixava-o num estado de tensão maior.

Kojiro desceu com maestria, sem se ferir. Hangô chegou a se ferir um pouco. Kadanba carregava Kazuzo nas costas para descer, o peso extra fez com que os dois caíssem. Kazuzo foi salvo pelos outros, mal se aranhou. Kadanba caiu bem ferido, mas pôde ser curado.

Não sabiam como voltariam, agora a única opção que tinham era explorar o lugar em busca das obras de arte que procuravam.

Comentários:
  • Descrevi que na frente da cachoeira não haviam trilhas de rastros, só haviam pistas de passagem de monstros. Demorou até um jogador trabalhar com o que tinha.
  • Esse buraco gigante é uma parada que já estou querendo usar numa aventura há séculos, acho que é um puzzle interessante sem ser necessariamente construído como tal, força a criatividade dos jogadores. Aliás, como a versão de queda suave do império de jade é um jutsu de destreza, é pouco provável que um personagem iniciante tenha de cara.
  • Na hora que narrei, os Oonokami era do tamanho de um cachorro, depois que vi na ficha que eles são do tamanho de um cavalo hahaha contei que podiam ser capturados com vida e que cada um valia 300 moedas de ouro. Não se interessaram porque não tinha maneira de tirar os bichos dali. 
  • O Mashin do Nariz não pode se curar sozinho, ninguém no grupo tem perícia e nem o shinkan pode curar ele. Isso tem gerado uns problemas e a gente vive zoando o cara, mas acho que é bem divertido o jeito que ele tem que jogar sempre preparado pra dar merda. Sorte que ele pode se curar com honra ainda.

Túneis estranhos




 Depois de juntarem fôlego, estavam pronto para explorar aquele complexo subterrâneo incomum. Logo de cara tiveram que lidar com uma paralisia de escolha, haviam quatro corredores paralelos àquele salão principal que estavam e, também, uma escada de corda e madeira próximo da lagoa, que seguia verticalmente para um pavimento inferior.

Aoi e Kojiro enxergavam no escuro, podiam andar sem se preocupar. Kazuzo e Hangô tinham visão humana, o que criava a necessidade do uso de tochas. Kadanba estava no meio termo. Eles se dividiram rapidamente, fazendo papéis de batedores, averiguando caminhos e depois se encontrando para decidir o próximo passo. Rumaram para um caminho ao norte, num corredor que ziguezagueava culminando numa sala com três passagens. Duas delas possuíam escada horizontais, pareciam diferentes do resto, mas não foram investigadas por uma trapalhada do mashin daquele sentai.

Ele foi averiguar um dos corredores e se viu caindo numa armadilha, a rocha era esculpida e escorregadia. Ele caiu no pavilhão de baixo, Kojiro correu para salvá-lo e caiu junto. O salão cavernoso que caíram tinha um objeto peculiar no centro, um caixão do tamanho de uma casa com símbolos de redemoinho. Haviam polias e outros objetos de madeira ao redor, alguém tentaria abri-lo, tudo indicava isso. E não era fácil segurar a curiosidade de fazer o mesmo.

O resto do grupo acabou descendo, não antes de muita discussão. Kojiro teve pensamentos sobre abrir o caixão, imaginava que um desonrado como Hangô abriria sem pensar duas vezes. Estava errado.

Aquele lugar tinha mais três corredores em caminhos opostos. Um seria investigado mais tarde (leia a próxima cena), o outro dava para um corredor alagado de água barrenta e fria. Aoi percebeu que era aqui onde a escada de madeira do primeiro andar ia parar. Foram andando para o terceiro, um que seguiram por uma trilha que se bifurcava e ficava cada vez mais semelhante a uma mina, com vigas de madeira sustentando corredores.


O corredor como de uma mina terminava numa porta de madeira e metal facilmente arrombada pelo machado de Hangô. O grupo chegou a ponderar se abririam ou não, a ação ganhou do pensamento aqui. Lá dentro havia uma espécie de cassino, uma pequena sala de jogos com jogos de Arton e de Tamu-ra. Muitas moedas e registros foram encontrados atrás de armários e passagens secretas, haviam centenas de tibares e yan de ouro, prata, bronze e até platina. Todos deixados para trás.

Os registros foram úteis, não era desonrado apostar, mas haviam assinaturas de bakemono, oni e humanos. Kojiro anotou nomes de membros de clãs para resolver isso ao voltar para a civilização.

Retornaram pelo corredor e pegaram um caminho secundário que tinham negligenciado anteriormente. Havia outro caixão aqui, gigante e imponente. Ao se aproximarem ele abriu, de dentro saltaram vários ratos gigantes e pestilentos, logo depois surgiram esqueletos armados, nessa terra eram chamados de Kyoukotsu.

Na luta, o destaque ficou para Kazuzo, que com suas energias da luz podiam derrubar esqueletos facilmente. Kojiro matou muitos ratos, mas ficou doente e fraco, sua honra não o protegeria disso.  Todos os outros conseguiram brilhar, mesmo com muitos inimigos eles puderam lutar e testar suas habilidades, aprendendo aos poucos a trabalhar em equipe.

Armaram acampamento depois de Hangô queimar os ratos. Dormiram no lugar até metade do tempo, a noite foram acordados por Aoi, ele havia visto um monstro naquele salão, mais tarde o reconheceriam como um elemental das trevas. Evitaram encontrá-lo em combate e foram terminar seu descanso no casino. O onimusha do grupo explorou a sala antes, evitando o elemental e recolhendo um mapa do corpo de um aventureiro artoniano.


Comentários:
  • Me embolei na narração e a galera na atenção haha ai tivemos uns problemas por eu narrar norte e cima com sinônimos, o que embolou a percepção espacial de todo mundo.
  •  Como haviam muitas opções os jogadores acabaram se perdendo, nenhum deles pensou em fazer o mapa ou até lembrava direito de onde passaram. Isso gerou discussão, fui até grosso e me desculpei. Eu costumo misturar conhecimento de jogador e personagem até certo ponto, como mapas e memória. Como vocês fazem quando mestram?
  • É engraçado como a galera ta com um medo foda de pegar coisa dos outros, perderam um dinheirão.
  • Pelo que eu estou notando, a questão do império de Jade é você abraçar o que quer. Tem que ser desonrado ou honrado, o meio termo é complicado. O Yuri e o Gabriel estão se dando bem nos respectivos extremos.

Contra os Akumushi!

Hidotsu, seriam assim mas de coloração avermelhada
Depois de acordar, o grupo comeu e se preparou para explorar. Todos estavam perdidos, passaram algum tempo tentando lembrar do caminho e de como chegaram até ali, o mapa que encontraram ajudaria, mas não foi muito utilizado até então.

Traçaram um plano e lembram-se de seu objetivo: encontrar as peças de arte. Foram voltando pelo segundo andar daquele complexo subterrâneo até o salão onde estava o grande e tentador caixão. Lá ouviram barulhos de pássaros, como gralhas. Eram Hidotsu, criaturas vindos da Oni-ame (tormenta), uma das caças que Hangô havia treinado para enfrentar.

O barulho assustador dos monstros fez com que todos ficassem abalados, um mero olhar para aqueles pássaros infernais de coloração de sangue coagulado distorcia a percepção da realidade, era como lutar com a pressão baixando e alucinando! O onimusha e o kensei do grupo foram atacados pelo pesadelo sonoro e correram em desespero por um corredor desconhecido. O samurai e o monge estavam abalados. O shinkan resistiu.

Aoi descobriu que o caminho para onde corria dava num salão parcialmente inundado, a água era potável. Os outros começaram a batalha, o inimigo tinha uma vantagem clara de terreno, voava e podia enxergar facilmente no escuro. O grupo fechou uma formação e esperou os inimigos virem para cima. Kazuzo invocou espíritos para lutar ao lado do grupo, pequenos kami em forma de animais. Eles não resistiam muito, no entanto eram válidos , cada ferimento neles era menos um no sentai.

Kojiro clamava por Lin-wu e fermentava seus golpes com sua honra, matando vários inimigos, eram 13 no total. Com um poder certeiro, Kazuzo fascinou metade dos monstros, o que facilitou o combate. Logo depois foi ferido e desmaiou, o grupo começou a lutar para proteger o seu curandeiro. Hangô agora não estava mais apavorado e começou a chamar atenção dos inimigos, fazendo cair um a um. Aoi entrou no combate muito tarde.

Metade caída, metade fascinada por encantos, podiam terminar ali, seria sábio. Porém, quiserem lutar até o fim, cercaram aqueles que sobraram e continuaram lutando até todos caírem. Hangô foi finalizando cada monstro caído no chão pelos golpes nã-letais de seu nakama samurai. O samurai falou que aquilo não era honrado, a resposta do onimusha foi "a honra é um ponto de vista".

O saldo da batalha foi uma vitória. O custo foi alto, no entanto, muitos exauridos de energia e feridos. Aoi desmaiado teve que ser curado num esforço conjunto de todos. Foram se esconder no cômodo encontrado durante o combate, iriam se esconder no local até que todos pudessem descansar, um dia a mais na escuridão e nada do objetivo concluído. Hangô era o com menos paciência e aproveitou o tempo para explorar um pouco as passagens, voltou com outro mapa no corpo de um aventureiro morto e alguns yan de cobre. Qual seria o próximo passo?

Comentários:
  • A última sessão que jogamos começou atrasada e tivemos umas discussões. O grupo se perdeu, ninguém lembrava do caminho e ao mesmo tempo não queriam um resumo do que aconteceu até agora, vai entender hahaha Vou fazer toda sessão, se eles não quiserem ouvir eu paro, mas acho melhor assim.
  • O elemental de trevas foi uma escolha deles, eles que deveriam puxar briga e permiti uns testes para ter uma noção do quão perigoso era o monstro. Preferiram não lutar.
  • To usando uma mistura das fichas dos monstros da tormenta do IdJ e do tormenta. Os monstros causam insanidade, mas na versão que é dano em características mentais, ao invés de um transtorno. Ainda assim da para explorar e diferenciar os monstros mais pelas suas mecânicas do que por suas resistências.
  • O combate foi contra um número aleatório (13) de monstros, demorou bastante e aproveitamos para ir jogando e comendo. Eu tenho um defeito de perder o gás de narração quando o combate se estende muito, acho que me foco na parte tática. Vou deixar os jogadores narrarem mais suas ações pra ver se empolgo e vou passar a usar uma ampulheta na hora do combate a partir da próxima sessão, vamos ver se resolve.



Mais um diário concluído, o que estão achando do ritmo mais rápido? Como eu falei, a cada 15 dias devo entregar um. Quando tiver material novo, como classes, itens e monstros eu vou colocar na própria postagem. Ah é, se os jogadores concluírem a dungeon eu coloco os mapas aqui também ,show?

Abraços ou beijos

4 comentários:

  1. Bacana como sempre acompanhar teu diário de campanha, Pedro!

    Uma nota de design: realmente, quedas são um desafio maior para personagens de níveis mais baixos em IdJ -- e isso é de propósito! Claro que há algumas opções para escapar disso, mas como tu mencionou, acabam sendo soluções para níveis um pouquinho maiores... :)

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    1. haha de propósito? Uhm... fiquei curioso. Acho um desafio legal que parece algo mais pé no chão

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  2. Essa pegada de aventuras orientais onde é possível ajudar fazendeiros e explorar ruínas e essas coisas é muito empolgante pra mim como jogador, mas como mestre teria dificuldades de narrar!

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    1. Eu estou vendo muitos filmes, animes e documentários sobre o oriente. Também me inspiro ligeiramente em mundos pós-apocalípticos já q quero mostrar uma Tamu-ra desolada e tomara de monstros e perigos

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