quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Diário de Campanha Skyfall RPG (D&D 5e): Episódio 1 - Sven tem que morrer


"Iae! Belezinha?"



Saudações e sejam bem vindos ao primeiro diário para a  campanha que eu estou chamando de "Na Sombra do Vampiro Louco". Ela se passa no cenário de Skyfall RPG e estou narrando para uma galera do Coletivo Campista de RPG (COCAR).

Mais do que apresentar um Diário de Campanha, quero fazer dessa série uma apresentação aos diversos elementos que compõe o cenário. Nessa primeira publicação começarei apresentando o que é Skyfall e em seguida trarei pra vocês o que rolou na nossa primeira sessão!



Skyfall RPG se trata de um cenário de fantasia Trágico-Fantástico idealizado por Pedro Coimbra (Formação Fireball) e que no ano retrasado (2018) passou por um financiamento coletivo para que pudessem fazer uma mesa de RPG presencial gravada com qualidade de estúdio, a fim de que pudessem apresentar o cenário ao público! O financiamento teve um total de 936 apoiadores e dobrou a meta inicial de arrecadação! O link para o catarse do projeto é https://www.catarse.me/skyfallrpg.

A Editora Jambô também confirmou que o cenário ganhará um livro físico adaptado para Tormenta 20!

Vídeo de apresentação do catarse

Primeiro episódio da série financiada. 
Todos os episódios já se encontram no YouTube.

Como um dos apoiadores e também alguém apaixonado pelo projeto decidi começar a campanha em questão, que se trata de uma releitura de uma mini-campanha onde eu e mais um grupo de apoiadores jogamos pouco depois do financiamento ter sido concluído. Mas essa é uma história para um outro dia...





Um rápido Disclaimer antes de começarmos: 

1. Escolha do Sistema

Para essa campanha estamos utilizando o D&D 5e e não Tormenta 20, por alguns motivos... Um material de adaptação para o cenário em D&D 5e era uma das recompensas do catarse e  esse sistema já é muito mais consolidado e conhecido. Hoje o Tormenta 20 ainda está em Playtest, bem como a adaptação de Skyfall. Trabalhar com algo mais estável busca favorecer a imersão dos jogadores nesse universo, de modo que eu possa me concentrar mais na narrativa e menos em adaptações mecânicas.

2. Legados: Dádivas e Impulsos. As "Raças" de Skyfall RPG

Em Skyfall RPG as raças dão lugar aos legados, divididos entre Dádivas e Impulsos. Aqui darei um exemplo de ambos, que servirão como base para vocês entenderem também dois personagens da mesa!

As Dádivas são filhas de uma divindade chamada A Vida, mas que enlouqueceram após a sua morte. Outras divindades tiveram misericórdia delas e resolveram adotá-las, fazendo com que elas recebessem as Melancolias, características raciais que ao mesmo tempo complicam e moldam sua forma de viver.

Os Halflings por exemplo foram adotados pela divindade A Sorte, que alguns também chamam de O Acaso. (Em outro momento falarei mais sobre as divindades)
A Sorte.
Ou seria O Acaso?
Alpacas são fofas, mas não subestime sua coragem!


A Melancolia dos Halflings é um tanto quanto curiosa: Eles não podem abrir uma porta pelo lado de dentro ou nem mesmo abrir uma janela, caso haja alguma, e a mesma porta estiver fechada. Perceba: Eles não conseguem conceber a ideia de que há uma saída nessa situação!


Eles vieram do Planeta Walsh, um pequeno planeta verde que brilha no céu de Op. (Em Skyfall, os planos da cosmologia são na verdade outros corpos celestes do sistema solar!).

Em Walsh os halflings criavam Alpacas, animais que são vistos por eles como fiéis amigos e montarias.







Os Impulsos são muito mais antigos do que as dádivas, filhos de entidades de poder imensurável do Sistema Solar, chamadas de Titãs. Os impulsos são a materialização de seus desejos e vontades. Eles recebem Ímpetos, que são forças que urgem de seu interior motivando a uma ação.

Os Urodelos por exemplo, são impulsos filhos de um titã conhecido como Ruedim, o protetor, descrito como uma enorme serpente de 11 olhos com barbatana de tubarão e presas de elefante.

Arte representativa do titã Ruedim, o protetor

Ele criou os 4 planos elementais e os Urodelos para protegê-los, sendo que cada um deles está intimamente ligado a um elemento (Água, Ar, Fogo ou Terra).

Urodelo Coração de Fogo
Em sua vinda para o planeta Op os Urodelos
trouxeram conhecimentos sobre a 
manipulação da pólvora e de armas de fogo


Quando os Urodelos vieram para o planeta Op, Ruedim estava travando uma guerra cósmica contra uma grande força que jurou consumir toda a vida no Universo. O colapso planar causado pela guerra fez os Urodelos migrarem para o continente de Opath, mas grupos de Urodelos organizam cruzadas para ajudar Ruedim nessa guerra (existe um portal para o plano elemental na capital do continente).

O Ímpeto deles é que de tempos em tempos o Urodelo precisa fazer um voto de Proteção que pode ser para proteger qualquer coisa. Caso o Urodelo se afaste demais desse objetivo pessoal ele começa a secar até morrer.











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Os Personagens

Skyfall RPG tem mecânicas únicas até para a criação de personagens! Quer criar os seus? 
Dê o preço que quiser e leve o pdf em:


Dimitri - Humani Puro, Mago 3.
  • Melancolia: Não possui. Os humanis puros que não foram adotados por nenhuma divindade são raros e possuem um destino cruel: Uma vida Curta (De no máximo 35 anos, ou anéis no cenário) e uma morte terrível. Nessa campanha há dois humanis. 
  • Histórico: Facilidade com Artefatos Mágicos
  • Raiz: Cidade de Alberich. Um agente de D.I.P.S (Departamento de Investigação de Portas e Salas) lhe deve um favor.
  • Nada de Especial: Não Recebe Dons
  • História de Vida: Filho de Mercadores de jóias, aprendeu a arte da magia com um mago transmutador que era um fiel frequentador da loja de seus pais. Para aprimorar-se ingressou na academia Arcana.

Jin Bigodin - Pequenino (Halfling), Feiticeiro 3.
  • Melancolia: Não conseguem abrir portas pelo lado de dentro, de forma que nem sequer concebem a ideia de saída nesses casos.
  • Histórico: Facilidade com artefatos Mágicos.
  • Raiz: Região de Thur Thur. Conhece rotas comerciais mais seguras nessa região.
  • Dons: Alpaqueiro, Cuidado Ai em Cima.
  • História de Vida: Os pais de Jin, junto com um casal de Orcs são donos da Taverna Mágica, um estabelecimento de venda de Itens Mágicos, comida e bebida na região de Thur Thur. Sua mãe sobreviveu ao parto de um draconato graças aos esforços de seu pai e algum tempo depois concebeu a Jin. Um dia descobriu que a ligação de sua mãe com o Arcanum e a Dragonesa Vermelha passou para ele, fazendo com que ele se descobrisse como um feiticeiro dracônico. Mais tarde falarei um pouco mais sobre os dragões de Opath e o nascimento de um draconato e de um feiticeiro.
Flora - Alpaca
  • Flora é a alpaca de Jin e também sua fiel amiga. Muito simpática, mas não a provoque!

Kairus - Humani Puro, Mago 3
  • Melancolia: Não possui, assim como Dimitri, o que não quer dizer que suas vidas serão mais fáceis por causa disso.
  • Histórico: Conhecedor de Referências.
  • Raiz: Cidade de Alberich. Túneis Secretos fazem parte de sua rotina matinal.
  • Nada de Especial: Não Recebe Dons
  • História de Vida: Kairus é um Humani puro, assim como Dimitri. Ambos se conheceram na Academia Arcana de Alberich. Órfão, ele ingressou na academia e decidiu estudar Necromancia, a fim de que pudesse encontrar uma forma de escapar do terrível e cruel destino final de todos os humanis puros.

Korogi - Draconato Azul, Bárbaro 3
  • Melancolia: Cria indesejada, Arcanos do Sonho.
  • Histórico: Explorador Nato
  • Raiz: Atoleiro de Kramboso. Kramboso escondia seu tesouro no meio do atoleiro e Korogi tem alguma prova disso...
  • Dons: Escamas Elementais, Presença Aterradora.
  • História de Vida: Korogi é um draconato azul, nativo do atoleiro de Kramboso. Nômade, ainda jovem o contato com a civilização fez ele conhecer Silas, que jurou ajudá-lo devido a ingenuidade do draconato. Korogi é motivado a buscar entender um sonho em que ele vê uma catástrofe acontecendo, ceifando muitas vidas e campos pegando fogo. Além disso ele também sonha frequentemente com uma misteriosa figura feminina. Em outra ocasião, quando falar mais sobre draconatos, direi também sobre qual a relação deles com o Arcanum, o plano onde as mentes que sonham viajam.

Silas Salah Mandra - Urodelo, Pistoleiro 3
  • Ímpeto: Juramento de Proteção. Atualmente seu juramento é de proteger Korogi, do qual ele se tornou um grande amigo
  • Histórico: Explorador Nato
  • Raiz: Cidade de Maruma. Possui 4 garrafas com um raro tipo de verme que pisca (Alou para aqueles que viram a primeira temporada de Skyfall no YouTube!)
  • Dons: Coração da água, Espírito da água.
  • História de Vida: Silas cresceu na cidade de Maruma, terra dos Bullywugs e carrega consigo armas de família fabricadas a partir de corais de seu plano de origem. Silas possui um ávido coração de explorador e se aventurou um pouco no mar até conhecer Korogi e começar a andar com ele. Seu objetivo é de se juntar a uma guilda de exploradores, para que então possa desbravar ruínas e quedas.
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O Início


A cena se abre com a visão superior de uma grande cidade pintada de Preto e vermelho em meio a um  imenso deserto dourado. Fumaças saem de inúmeras chaminés, que possivelmente nada tem a ver com cozinhas, mas sim laboratórios alquímicos. Imensos arranha-céus cobrem a cidade e emparelham com as passarolas, grandes barcos flutuantes movidos pelo calor gerado por Aetherium, o cristal que move a tecnomagia Opathiana. Nos becos muito bem iluminados de Kravokia movem-se apressadamente para lá e para cá Vampiros portando longas vestes amarelas, vermelhas e brancas: A noite vem chegando e trazendo a sede, o que com certeza os impulsiona a chegar logo em suas residências. Entre eles  caminha apressado um jovem elfo sem corte, de cabelos grandes e armados e uma faixa vermelha na cabeça. O elfo passa pelo Mercado de Sangue e segue por mais algumas vielas até chegar em uma pequena porta, mas no momento que ele chega um vampiro a abre e por um instante os dois se encaram. No canto da boca do Vampiro há sangue.

“Você fez de novo, não é Niko?”.  Perguntou o Elfo com uma voz suave.

O vampiro de olhos vermelhos e longas orelhas, mais pontudas que as de um elfo e uma rala barba ligada aos seus longos cabelos amarrados em um coque, enxuga o canto da boca com as costas da mão, olha para o sangue, engole em seco e em seguida cobre a boca enquanto encara o elfo. 

“É a terceira vez este mês. Vá logo e trate de se controlar melhor na próxima vez. A noite já se aproxima e você ainda deve estar com sede”. Dessa vez a voz do elfo foi severa.

o vampiro acena consentindo e vai em bora, enquanto o elfo balança a cabeça em sinal de negatividade e vai entrando no estabelecimento. Lá dentro, a cozinha está perfeitamente arrumada, a não ser por um animal morto e pálido jogado na bancada de preparação de carnes. Ao redor dele, em cima da bancada, há sangue espalhado.

“Realmente, o Niko precisa se controlar... Mas tudo bem! Mais uma noite, mais trabalho a fazer. tudo normal por aqui.”

O elfo amarra um avental e sai por uma outra porta, em direção à área comum da taverna, se aproxima de um grupo com um bloquinho de notas e questiona: 

“Boa tarde! já foram atendidos?”


 Os personagens foram atendidos pelo Elfo que parecia uma mistura das corte do outono e do verão. Outono pelas orelhas membranosas e também membranas ligando suavemente o início de seus dedos. E Verão, devido a sua coloração morena, nariz gordinho e cabelos bem armados e ruivos.

Após negociarem uma comida e bebida com o taverneiro, pois os personagens possuíam pouca grana nos bolsos, ficaram planejando sobre suas próximas entregas para aquela noite. 

"A Taverna Presa de Ferro é uma estalagem não muito típica em Kravokia. Se trata de um local específico para os Legados Não-Vampiros encontrarem comida e bebida, além de claro, um bom lugar para dormir. Esse tipo de serviço têm se tornado cada vez mais comum na cidade dos Vampiros, a medida que turistas, viajantes e mercadores que viajam ao Deserto de Mirmir precisam encontrar um local de descanso em meio à cidade dos Protetores do Deserto. O Estabelecimento é dirigido por um Elfo Sem Corte e um Vampiro.
Os elfos são Impulsos divididos conforme a corte a que pertencem, cada uma representando uma estação e tendo características próprias. Os elfos do Verão possuem a pele mais escura e cabelos volumosos, armados e ondulados, de cores vibrantes como o fogo. Os elfos da corte do outono possuem íntima ligação com a água e o Mar fazendo com que tenham peles escamosas e membranas entre os dedos e orelhas. O Elfos sem Corte filhos de duas cortes diferentes, possuem características de ambas, mas não são de fato, pertencentes a nenhuma. Em outro momento falarei mais sobre elfos."


Todos os personagens se conheceram a pouco tempo e graças ao trabalho: Um serviço de entregas com sede na capital do continente de Opath, Alberich, chamado de Alpaca Expressa. (Todos tinham como uniformes uma camisa pólo cinza e amarela com o símbolo de uma Alpaca com asas). Eles estavam em Kravokia para fazer algumas entregas e nessa noite faltavam apenas algumas para finalizarem definitivamente e voltarem para Alberich para então receberem seu pagamento, e quem sabe, desistirem de vez desse trabalho para seguirem seus sonhos.

Nesses 4 dias que eles estavam em Kravokia fazendo entregas eles aprenderam algumas coisas sobre a cidade:

  • Kravokia é uma cidade que fica em meio ao Deserto de Mirmir, fundada por Vampiros que chegaram em Opath fugindo de seu titã criador Warpinier, O Seco. Os Vampiros são Impulsos e seu ímpeto é o de tomar sangue de criaturas vivas inteligentes, coisa que os vampiros abominam, pois o sangue que eles bebem fortalece seu terrível titã criador. (Os vampiros se reproduzem entre si, mas são considerados Não-Vivos e assim, não conseguindo se nutrir de seus próprios sangues)
  • A cidade é governada por um líder conhecido como Shankir (Ou O Auditor, numa tradução do Sanguir, o idioma dos Vampiros)
  • Os vampiros são conhecidos por sua habilidade com Alquimia e a maioria das chaminés que se encontram em Kravokia são de laboratórios.
  • Recentemente a cidade tem passado por um duro toque de recolher durante a noite, quando os vampiros mais sentem sede. 
  • Boatos contam que Legados Não-Vampiros tem aparecido mortos pela cidade e sem sangue no corpo.
Observando as outras pessoas que estavam ali na Taverna eles visualizam um grupo diferente em meio a todos, pela quantidade de equipamento que portavam, incluindo armas e armaduras. O grupo era composto por um Draconato Negro, um Kobold de Prata, um Sombrio (Nome dado aos tieflings) e um Halfling montado em sua Alpaca (Sim, dentro da Taverna!). Ambos usavam armadura. Eles não estavam na taverna nos dias anteriores então provavelmente estavam ali só de passagem. Na mesa deles havia comida e bebida e eles conversavam com um Kobold que pela aparência trabalhava na Taverna limpando o local, o que é ao mesmo tempo estranho e normal para os personagens pois não haviam percebido direito o Kobold na taverna nesses 4 dias que estiveram ali.

"Kobolds dificilmente são notados casualmente por uma característica mágica que possuem: Em situações de servitude, Kobolds ficam socialmente invisíveis. Não é uma invisibilidade de fato, eles ainda são percebidos, sendo simplesmente ignorados."
De repente para o grupo, o fato dos copos aparecerem cheios e as mesas e o chão limpos, começou a fazer mais sentido a medida que eles conseguiam se lembrar do Kobold trabalhando durante sua estadia ali.

Ravi, O Sombrio
Curioso, Korogi, o draconato azul, em sua personalidade inocente e ingênua, resolveu procurar conversar com o grupo em questão. Sua aproximação nada discreta envolveu gentilmente dar boa noite e perguntar quem eles eram e o que estavam fazendo ali. O draconato negro, que estava na mesa disse para Korogi simplesmente se mandar dali pois não era da conta dele, mas o Sombrio educadamente levantou, pedindo licença aos demais da mesa e pediu para Korogi que conversassem a respeito em um canto.

O Sombrio se apresentou como Ravi perguntou a Korogi como ele poderia ajudar. Depois de se apresentar como um funcionário da Alpaca Expressa que tinha algumas entregas a fazer, o draconato azul pediu algumas informações sobre o local. Com educação e gentileza, o Sombrio explicou ao Draconato as principais localidades da região e também deu dicas de como andar pelas rua cheias de Vielas de Kravokia. Aparentemente tudo estava certo e compatível com algumas localidades que Korogi já havia andado durante os 4 dias que ele estava lá.

Depois de agradecer pelas informações e não sentir nada de estranho no Sombrio, a não ser pela sua aparente habilidade persuasiva, eles se despediram, mas não antes que o Sombrio perguntasse a ele se ele ainda iria fazer entregas depois que comesse. Korogi respondeu que sim e o Sombrio lhe disse em um tom que não soou ameaçador, mas sim como um aviso amigável: "Cuidado com as ruas a noite, elas tem andado perigosas".

Ao voltar para a mesa todos já estavam comendo e Silas, o Urodelo, perguntou a Korogi o que ele havia conversado com o Sombrio. O draconato Azul explicou tudo e Jin, o halfling do grupo sentiu-se pra baixo de ter deixado a Flora do lado de fora da Taverna, pois não sabia se era permitido a entrada de animais e o Halfling do outro grupo, não apenas estava com a sua Alpaca lá dentro, mas também estava montado nela esse tempo todo. Ao buscar sua amiga para que ela pudesse entrar o outro grupo saiu de lá e os aventureiros terminaram de comer antes de poder seguir seu trabalho de entregas.

Surpresas Noturnas

A noite já estava chegando e as entregas terminando. Os jogadores quiseram continuar durante a noite, mesmo com o toque de recolher, até que viram dois vultos andando tranquilamente em direção a um beco. Continuaram do outro lado da calçada e ao observar viram que os dois pareciam bem próximos, como se estivessem agarrados de alguma forma. Com a visão não muito boa devido a noite e querendo sair logo dali, seguiram em frente e deixaram para trás o que quer que estivesse acontecendo entre aqueles dois.

Em uma de suas entregas, chegaram até a residência de uma simpática velha vampira, cujo pacte era nada menos que um enorme bolo de cartas com remetentes de todas as partes de Opath.

Indo para a penúltima entrega entraram em ruas e mais ruas, viela após viela, até se depararem com uma porta em meio a uma casa de pedra, em um bairro totalmente deserto. o que mais chamava a atenção deles, porém, é que apesar do toque de recolher e também das notícias de crimes ocorrendo por roubo de sangue, eles não haviam visto guardas nas ruas durante todo esse tempo. O grupo bateu a Aldrava e tempos depois um velho vampiro apareceu, olhando para eles com o olhar desconfiado e em seguida sorrindo com sua longas presas.

"Ah! Visitas para essa adorável noite! Em que posso ajudá-los?"

Após entregarem a ele um pacote grande, o Vampiro sorri e diz:

"Obrigado Alpaca Expressa. E cuidado com a noite, aqui tem andado perigoso para os Vivos..." 

Depois de soltar uma risada e fechar a porta, os entregadores voltam por entre as vielas ainda com as palavras do velho vampiro na cabeça, quando antes deles chegarem novamente na rua principal, ouvem um barulho chiado bem alto e olham para um beco iluminado mais para frente, de lá elas ouvem uma voz falando sem parar em um idioma desconhecido. Indo para lá com curiosidade e precaução, Korogi foi o primeiro a notar que o beco sem saída revelava uma cena perturbadora.

Uma mulher vampira de longos cabelos, olhos amarelos, com roupas de guarda da cidade e repleta de sangue ao seu redor jaz caída no chão daquele beco. O sangue se misturava com o brilho das duas luas de Op: Varmah e Lápis, que estavam cheias naquela noite e a mistura de suas tonanlidades, vermelho e azul respectivamente, conferiam um tom roxo sinistro àquela noite.

A vampira falava sem parar em um idioma que os personagens não conseguiam entender e ao perceber que não estava sendo compreendida, a mulher começou a falar em Comum enquanto Korogi se aproxima para segurá-la em seus braços.

“Rápido, por favor me ouçam... Meu nome é Ivana, e eu sou a sobrevivente de um massacre! Sou de um grupo de guardas que estão no rastro dos carniceiros que tem espalhado o caos por essa cidade…  Escutem, eu não tenho muito tempo”

Silas, o Pistoleiro salamandra, percebeu que enquanto ela falava a sombra dela diminuia rapidamente.

“Eu preciso que vocês comuniquem à Vânia, chefe da guarda, que Ivana, do grupo de batedores que investigava o caso dos carniceiros de Kravokia… (tosse de sangue) descobrimos quem é seu líder: Sven, que estava desaparecido... (Tosse) foi próximo ao Mercado Central… (Tosse e mais sangue) Ouçam… Sven... Sven tem que morrer!

Kairus, o Humani, percebeu em um teste de inteligência que a mulher estava falando antes em Sanguir, o idioma dos vampiros. Mas o que mais o impressionou é que o Sanguir é uma língua onde as pausas entre o intervalo das palavras ou até mesmo das sílabas importa muito para dar entonação e sentido. O que a vampira fez foi metralhar sem parar palavras naquele idioma. Em um teste de Intuição ele percebeu que duas coisas deveriam passar pela cabeça daquela mulher que agora jazia morta nos braços de Korogi: Medo e Desespero.

Naquela noite coberta de Roxo em Kravokia, apenas as últimas palavras da Vampira restaram ecoando na noite: "Sven tem que morrer!"



Desafie o Cânone!
Continua...


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Um comentário:

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